2007-02-07

dentro da sede

dentro do silêncio a lira chora
e o coração bate em arco seco
medindo os atalhos os timbres.

ao tempo o gado recolhe preso
vertendo os cascos no solo seu
unindo-se à noite ao estábulo.

no chão em lume um corpo
deita-se nas folhas no claustro
junto à voz da terra da pedra.

um frémito inunda a página
e as cidades dentro das veias
lembram o espaço sitiado.

não há laje que a luz não fenda
nem fungos dentro da sede.

8 comentários:

Anónimo disse...

outro.






outros-




sempre.



re.obrigada.







(avec le temp)







belíssima esta sede.





.

hfm disse...

ficamos com sede de mais palavras.

Susana Barbosa disse...

vou levá-lo comigo. se me permites, vou publicar
Bjs

veritas disse...

"não há laje que a luz não fenda..." sim, o poder enebriante do quero, posso, logo existo...breve...

Bjs.

Anónimo disse...

Belo e profundo poema. Obrigado e abraço...

Anónimo disse...

"não há laje que a luz não fenda..."




pois não Martim...


porque a sua Luz .... ....é penetrante.




boa noite.



I.

Anónimo disse...

Sede a nossa... Abraço.

martim de gouveia e sousa disse...

claro, susana, e agradecido fico. bjos e abraços.