2008-06-30

Iniciou-se anteontem o ano Paulino (28 de Junho de 2008)


Por ocasião das celebrações do bimilenário do nascimento do Apóstolo Paulo, de 28 de junho de 2008 a 29 de junho de 2009 é promulgado o ANO PAULINO.

2008-06-29

"Advogados, Santos e Guevara" de Marcia Frazão

Dr. Plínio Marcos Pinheiro da Silva, o São Plínio daqui de casa, despontou na minha vida muito antes que o conhecesse e o canonizasse. Confesso; canonizei-o sem consultar Roma nem o bispo da cidade. Fui direto a Deus, dispensei intermediários e não apresentei provas de nenhum milagre. Deus, por onisciência ou bisbilhotice celeste, já conhecia os milagres do santo e acatou a santidade. Eu devia ter desconfiado de tamanha presteza. Devia ter desconfiado que Deus esconde sempre uma carta no bolso...
Conheci São Plínio quando eu era criança e ele nem desconfiava da minha existência. À época, ele morava no fogo do olhar de Sobral Pinto, o vizinho advogado e amigo de ranzinzices de Vita, minha avó. "É fogo da justiça", vovó me disse no dia que perguntei e quis saber se queimava. "Queima só os injustos; os justos, ele aquece", ela respondeu com ares de sabedoria.
Vita canonizou São Sobral Pinto quando avistou, lá da Rua Pereira da Silva, os canhões subindo pela rua Paissandu e invadindo o Palácio da Guanabara. Canonização de emergência. Sem pompas. Sem comunicar a Deus. "O Bisbilhoteiro já está careca de saber das artes santas do doutor Sobral", Vita me disse apressada enquanto distribuía os cartõezinhos do vizinho para algumas mães que choravam o desaparecimento dos filhos, engolidos pela metálica goela de um gigantesco tanque verde-oliva, estacionado de costas para a baía da Guanabara e de frente para um mar de estudantes.
O Direito, ou "sacerdócio dos justos e corretos... tão poucos" - como um dia me revelou o professor Roberto Lyra, jurista amigo de meu pai que de tão muita justeza e corretice me convenveu a não canonizar o próprio pai para não recair em nepotismo aos olhos de Deus -, fazia parte da minha vida como o sol que nascia todas as manhãs, o mar do Flamengo a se encrespar tímido em imperceptíveis ondas, o pimentão com açúcar saboreado às escondidas, os trabalhos de matemática exigidos na escola e as multiplíssimas pessoas que por mim passavam todos os dias.
Por artes da hermenêutica ou por operação geométrica da mais pura matemática, naquele tempo o pouco contava mais que o muito e as injustiças eram combatidas pelos salmos do Processo Civel e Processo Penal. Pelo comprometimento com a retidão e pela sensibilidade com a dor (e as posses) do cliente. Honorários? Esses eram marxísticamente equilibrados: os ricos pagavam em gorduras que não lhes faziam falta e os pobres, com esperança, galinhas do quintal, couve da horta, broa de milho "assada pela patroa" e a palavra (naquele tempo ela valia) de que acertariam as contas quando tudo melhorasse. Invariavelmente, por ímpetos são jorgísticos ou por puro deleite de Deus, as coisas melhoravam e as contas eram acertadas.
Eu devia ter desconfiado do jogo obscuro do Divino Jogador quando Roberto Lyra se foi, seguido por Sobral Pinto, Heleno Fragoso e os tantos poucos que partiram. Eu devia ter desconfiado quando a mente clara de meu pai turvou-se pela sombra das asas negras do mensageiro Alzheimer. Mas como pimenta nos olhos do outro é refresco e ainda não havia pingado nos meus, chorei os mortos e segui minha vida sem me dar conta de que o Jogador tramava novas cartadas...
Foi então, no dia em que um inventário nos pegou de surpresa, com a rede armada para os ilícitos que quase sempre acompanham as partilhas, que me vi, junto com minha família, ardida pela mais poderosa pimenta. Os santos, aqueles santos de carne e osso que certamente nos socorreriam já não estavam presentes. Nossos bolsos - como os bolsos de todos aqueles que optam pela trilha da Arte, da Cultura e da Solidez da Honestidade e Dignidade Humanas - estavam vazios e os honorários dos tantos muitos eram muito caros. Foi assim que surgiu o Dr Plinio Marcos Pinheiro da Silva, que assumiu nosso caso e por ele batalhou como só São Jorge (e outros tão poucos) batalharia. Indignou-se quando os muitos da outra parte nos lançaram as mais torpes acusações, revirou seu estômago guevarista quando os muitos da outra parte - tentando anular a voz da juíza que nos dera a inventariança - alegaram que nosso "estado lamentável de pobreza" nos tornava futuros ladrões. Foi nessa reviravolta estomacal que reparei que seu amor pelas motocicletas e pela justica tinha um padroeiro: São Che Guevara.
O tempo passou entre agravos de instrumento, petições, prestações de contas não prestadas, processos apensados e recursos - nem sempre fiéis à justiça - dos muitos da outra parte. São Plínio em momento algum vacilou em sua fé por nossa verdade e com sua lança de fogo nos protegeu como se fôssemos seus próprios filhos.
Não sei se por prole incomensuravelmente enorme (não era só a nós que ele defendia) que exauria suas forças, ou pelo jogo obscuro de Deus, certo dia São Plínio deu de definhar e definhar e definhar e definhar e foi definhando. Mesmo com o corpo agonizante ainda encontrou forças para digitar uma petição, pedindo à juíza um prazo de suspenção do andamento do processo. "Sobrestamento; um tempo para vocês encontrarem um dos muito poucos", ele me disse num telefonema.
Como São Plínio era um santo canonizado pelo coração do povo e o amor dos mais fracos, deu-se um milagre: do nada, do outro lado do fio do telefone, surgiu a Drª Ana Michelle Lula, nossa nova advogada, devidamente canonizada. E como o poder de santo guevarista é mais veloz que a mais poderosa motocicleta, não contente por nos ter apontado Santa Ana Michelle, São Plínio nos acenou com a certeza de que embora poucos, os muito poucos ainda transitam pelos corredores dos fóruns e pelas praças que são do povo como o céu é do condor: por vias também santificadas fez com que Angela Dutra de Menezes, uma grande amiga escritora, me apresentasse o Dr Wagner Brito, advogado, devidamente canonizado.
Não sei se pela doença que já o enfraquecera o bastante, ou pela pressa de entrar no jogo obscuro de Deus, São Plinio partiu como os outros muito poucos que eu conhecera. Pelos anos de convívio com tal alma guevarista que só acelerava a motocicleta nas horas de necessitadíssima justiça, compreendi as regras do jogo obscuro de Deus e vi a carta guardada no bolso: Ele, o Onisciente, o Criador de tudo, está selecionando os bons advogados que O acessorem no dia do Juízo Final...



Este texto foi escrito para um dos melhores advogados e seres humanos do mundo: Plínio Marcos Pinheiro da Silva, que passou pela vida com tal dignidade que em sua breve passagem por este mundão de Deus (e do Diabo), fez o mundo respirar mais JUSTO
Marcia Frazão

2008-06-28

"O crime de Cerejeiro" de Joaquim Sarmento (hoje, na FNAC de Viseu)

FNAC VISEU

O CRIME DE CEREJEIRO de Joaquim Sarmento

LANÇAMENTO

Dia 28 I SÁB I 16h30

Joaquim Sarmento é o autor de O Crime de Cerejeiro, onde as raízes durienses do autor não são esquecidas , constituindo o Douro o espaço privilegiado da textura romanesca.

Neste livro onde o fascínio existencial dos seus principais personagens nos prende, suportado numa escrita fresca e de grande beleza estilística, o leitor poderá reconhecer referências também elas do autor de Lamego.

A história, ficcionada, passa-se entre 1958 e 2002, atravessa três gerações diferentes e gira em torno duma comunidade na margem esquerda do Douro. Na trama deliciosa do romance sobressai um triângulo afectivo e amoroso de três personagens principais, Ricardina, Rodrigo e Teodósio, o marido de Ricardina. A primeira, aflita entre dois amores diametralmente opostos, acaba rejeitada e incompreendida pela sociedade e termina os seus dias num convento. Rodrigo acaba por pagar com a vida a sua paixão por Ricardina, sendo assassinado por Teodósio. Quanto a Luís, o narrador da história, vive e oscila entre a alcova e a reflexão, acabando por não encontrar o sossego desejado.

A apresentação do livro estará a cargo

do Prof. Luís Calheiros.

JOAQUIM SARMENTO :

Nasceu em Lamego, em 17 de Janeiro de 1952

→ Casado e pai de três filhas

→ Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, com pós-graduação em Estudos Europeus pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

Advogado aposentado

Foi presidente da Assembleia Municipal de Lamego e deputado do PS à Assembleia da República nas VII e VIII Legislaturas

Foi vice-presidente e vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lamego

Tem colaborado em diversos jornais locais e nacionais, incluindo o Público e a revista Finisterra

OBRAS PUBLICADAS :

Fragmentos (Crónicas), edição do autor, 1999

Retalhos de Silêncios – Diário de um Deputado, Editora Escritor, 2002

Amália, uma paixão, Edição da Câmara Municipal de Lamego, 2003

A Memória e o Tempo e as Folhas do Limoeiro, (Teatro), edição do autor,2004

Fragmentos e Paixões (Crónicas), edição do autor, 2007

O Crime de Cerejeiro,* (Romance), Papiro Editora, 2008

  • “ O Crime de Cerejeiro” é a sua estreia no campo do romance, aventura literária prenunciada por muitos dos seus textos anteriores.

ESPERAMOS por SI !!!

2008-06-24

caminhos do demo: 1


do chão nasce
e mesmo assim
declinada erva
rompe as pedras
o uivo dos dias.

o gelo da pele
vem à palavra
esplêndido corpo
sendo bronze.

2008-06-18

S. Pedro do Sul - Festas da Vila


"A Rosa de Plástico", por Marcia Frazão


Vitalina cultivava rosas no jardim. Brancas, vermelhas, amarelas e, por incrível que pareça, rendadas. Gostava de acordar de manhãzinha e aspirar o "cheiro do amor", como ela mesma costumava definir o misterioso aroma das rosas. Não era egoísta e compartilhava com os vizinhos aquele prazer rosado. Cedia rosas para os buquês das noivas, para os caixões dos defuntos, para os cabelos das moças, e para as bruxas amigas que com elas fabricavam estranhas poções. Vivia feliz entre um canteiro e outro, e achava que um dia o mundo todo cheiraria a rosa...
E assim, nesse cotidiano rosáceo, Vitalina testemunhou eleições e golpes. Viu Juscelino passar em frente à sua casa e lhe deu uma rosa. Recebeu Goulart com um botão bem vermelho. Tonteou com tanto perfume que acabou acreditando em Jânio, e lhe deu também uma rosa. Rosa esta que lhe causou uma rusga na vizinhança: Sobral Pinto, o seu amado vizinho, enfureceu-se com o cartaz de uma vassoura que Vitalina cismou em pendurar na janela. O que Sobral nem de longe desconfiava é que Vitalina era uma bruxa ativista que pensava que a tal vassoura era um simples logotipo do PBA, Partido das Bruxas Anárquicas.
Vitalina recusou-se a ceder suas rosas ao golpe. Escondeu-as atrás de uma cerca e à noite, quando a cidade toda dormia, regava-as e podava os espinhos. As rosas cresceram clandestinas. Aprenderam a despitar o aroma e só se abriam quando não havia ninguém por perto. O comunismo rosado era mal visto naqueles dias... Mas Vitalina, militante convicta do PBA, sempre arrumava um jeito de dividir suas rosas com os vizinhos. E foi assim que uma noiva casou-se com um buquê de rosas disfarçadas de jasmins e uma alma cruzou o Leto segurando uma rosa travestida em lírio...
Vitalina não viveu para ver a libertação dos seus canteiros. Morreu durante o reinado golpista. Não levou suas rosas para dar de presente a Hades. Deixou-as comigo junto com um misterioso aviso: " Não deixe que a Rosa de Plástico entre no canteiro."
Depois da sua partida, corri a fazer um cartaz: PROIBIDO ROSA DE PLÁSTICO. Finquei-o bem na entrada dos canteiros. As rosas, avessas a toda e qualquer falsificação, agradeceram.
Até que chegou o dia que Vitalina tanto temia: uma rosa de plástico surgiu nas cercanias. Chegou exalando um perfume barato, uma santidade medíocre, uma ternura suspeita. Escondeu os espinhos, pensando que assim seria bem recebida. Que tola. A tonta não sabia que as rosas nunca escondem os seus espinhos... Mas a Rosa de Plástico pouco sabia das rosas e de tanta ignorância se nomeou Rosinha. Que tola. A tonta não sabia que as verdadeiras rosas não aceitam os diminutivos...
E assim, as rosas de Vitalina expulsaram aquela tosca falsificação.
Mas como a Rosa de Plástico é por demais insistente e a todo custo (e muitas custas) tenta invadir os jardins, repito mais uma vez o aviso que Vitalina deu antes de ir se encontrar com Hades: cuidado com a Rosa de Plástico e o Garotinho que a acompanha.



Escrevi este texto há muitos anos e hoje comprovei a sabedoria de Vitalina quando ao ligar o rádio ouvi a notícia do envolvimento do ex governador Garotinho num processo de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Marcia Frazão

2008-06-16

"El Abanico Español. La colección del Marqués de Colomina"

 

Índice

I. Estudios
1. Abanicos del siglo XIX. Hélène Alexander

2. El Monumento funerario dedicado al Marqués de Colomina.Memorial de la obra del industrial que supo prestigiar el nombre de Valencia. Miguel Angel Catalá Gorgues
3. El Abanico Español. La colección del Marqués de Colomina. Carmen Rodrigo Zarzosa
3.1. Siglo XIX (1800-1850). Fabricación de todo el proceso sin auxilio extranjero
3.2. Exposiciones Universales de Londres (1851) y París (1878). Mecanización de la fabricación de abanicos
3.3. Siglo XX. Exposición Regional de Valencia de 1909
3.4. Crísis de la Primera Guerra Mundial (1914-1918)
3.5. Formación de los Abaniqueros en los siglos XIX y XX
3.6. Colección Colomina y colección del Palacio Real de Madrid: características


II. Catálogo de abanicos
1. Abanicos de la colección del Marqués de Colomina. Carmen Rodrigo Zarzosa
2. Abanicos de la colección del Palacio Real de Madrid. José Luis Valverde
3. Abanico del Museo Nacional de Cerámica y Artes Suntuarias González Martí. Carmen Rodrigo Zarzosa


III. Apéndices. Carmen Rodrigo Zarzosa
1. Bibliografía
2. Cronología de José Colomina y Arquer
3. Índice onomástico de la familia Colomina
4. Índice onomástico de pintores
5. Adenda al índice onomástico de abaniqueros

6. Registro de matrículas de abaniqueros y pintores de abanicos en la Escuela de Artesanos (1869-1875)


IV. Traducciones
1. Gallego
2. Valencia

Edita: Ministerio de Cultura, 2008
Encuadernación en rústica con solapas.
28x20 cm.
301 páginas
Ilustraciones

25 €

Pedir catálogo

"Vocabulario de las Hablas Murcianas. El español hablado en Murcia", por Diego Ruiz Marín

 

Índice general


Abreviaturas empleadas

Vocabulario

Familias de palabras

Bibliografía
1. Vocabularios regionales murcianos
2. Textos con voces regionales
3. Repartimientos y Ordenanzas de riego
4. Vocabularios de otros dialectos y estudios dialectales
5. Diccionarios generales y lingüística
6. Literatura regional y temas murcianos
7. Publicaciones sobre temas murcianos y afines

Colaboradores e informadores

Juicios críticos sobre panocho y murciano

A manera de justificación

Medidas antiguas en Murcia

Cuadro de las cabañuelas de agosto en Murcia

Alias, apodos o motes

Antología sobre el habla murciana
Romances y cuentos panochos
Poemas y artículos de otras hablas murcianas
Invocación del agua
Ley y Rey

Edita: Diego Marín.
Librero editor
Murcia, 2007
Encuadernación en rústica
24x17 cm.
830 páginas

40 €

Pedir catálogo

2008-06-14

50 anos da publicação de "Quando os lobos uivam"

Quem pode esquecer a batalha da serra dos Milhafres com "os rifenhos de Lisboa"?

2008-06-13

Poesia in Progress: Fernando e as Pessoas


50 anos da Publicação de "Quando os lobos uivam" - Festa de Homenagem dos Povos dos Baldios a Aquilino Ribeiro

Caminhando para o ocaso com a fulgurância dos melhores espíritos, Aquilino Ribeiro, fora de "arranjinhos" e "conveniências mundanas" grassantes no torrão nacional, ontem como hoje, bem avisa, ao louvar a ética de Francisco Pulido Valente, sobre os problemas do momento:
"Nesta hora, em que andamos todos com grilhões nos pulsos, fique o seu nome como o de Hermes no marco miliário da estrada e a legenda: adiante, e consideremos que para chegar a bom termo da viagem é preciso ser livres!"

Actualíssimo o dito, que convida à acção, para que não mais uma Jorgina ficcional lembre um problema que não acaba de sangrar:

"O pai já ouviu que nos querem roubar a serra!? Por esses povos fora, não se fala noutra coisa. Vai correr muito sangue."


2008-06-12

1ª mostra de artesanato Urbano (Biblioteca Municipal de Castro Daire)


"Antonio Saura. Pinturas 1956 - 1985"

 

Antonio Saura. Pinturas 1956 - 1985

Índice
Por cuatro caminos. Rainer Michael Mason

Iniciales. Antonio Saura

Claves de redacción

Catálogo

Bio-bibliografía

La semana comienza mal. Marcel Cohen

Saura o la clausura. Tomás Llorens

El sobrecogimiento. Rainer Michael Mason

EditaCentro de Arte Reina SofíaIVAM-Centre Julio GonzálezMadrid, 1989, Valencia31x24 cm205 páginas. IlustracionesEncuadernación en rústica

30 €

Pedir catálogo

2008-06-11

"Catálogo de Estampas del Museo Romántico. Volúmen I"

 

Breve historia del Gabinete y su contenido. José Ibáñez Álvarez

Catálogo de Estampas.
A
Acebedo, José
........
G
Guglielmi, Augusto

883 obras referenciadas

Edita
Museo Romántico
Ministerio de Cultura, Madrid
2007
Encuadernación en rústica con solapas.
28x23 cm
384 páginas
Ilustraciones

35 €

Pedir catálogo

"Prensa y Guerra Civil Española. Periódicos de España e Iberoamérica 1936-1939"

 

Introducciones


Prensa combatiente
Miguel Ángel Aguilar

La primera bala, la primera víctima
Josep Bosch

Catálogo
Colección Josep Bosch

1936
1937
1938
1939

Índice cronológico

Edita
Ministerio de Asuntos Exteriores y de Cooperación
Madrid, 2006
Encuadernación en rústica con solapas
30x21 cm.
107 páginas
Fotografías

30 €

Pedir catálogo

2008-06-09

2008-06-05

Manifestação

foto de martim de gouveia e sousa

RIFÃO QUOTIDIANO

Uma nêspera

estava na cama

deitada

muito calada

a ver

o que acontecia


chegou a Velha

e disse

olha uma nêspera

e zás comeu-a


é o que acontece

às nêsperas

que ficam deitadas

caladas

a esperar

o que acontece



Mário Henrique Leiria,


in Novos Contos do Gin


5 . Junho . Lisboa - Manifestação Nacional

2008-06-04

arame

um arame rompe as artérias
ferindo até ao poço cordial
do lago quente brota agora
uma sílaba rubra uma rosa.

2008-06-01

Um surpreendente "Diário Inédito" de Vergílio Ferreira


Fora da qualquer intenção propagandística, que Vergílio a isso era avesso, eis que um surpreendente “Diário Inédito” (1944-1949) rompe um certo silêncio e ilumina parte de uma década que os milhares de páginas dos nove volumes de “Conta-Corrente” (I e II séries) e, conceda-se, de “Pensar”, haviam deixado intocada e tão-só conjecturada, instalando o espanto, o melhor espanto. Vindo agora a lume por finais de Maio, o facto literário tivera anúncio com pré-publicação de excertos na revista “os meus livros” de início do mesmo mês.
Está de parabéns a Bertrand Editora. A edição é da responsabilidade de Fernanda Irene Fonseca - reputada académica que integra a Equipa Vergílio Ferreira, liderada por Helder Godinho, que procede ao tratamento do espólio vergiliano. A revisão do texto, de Pedro Ernesto Ferreira, deixou passar, sem que tal obscureça o mérito da edição, algumas gralhas (poucas): Helder não leva acento (em várias páginas), ‘priveligiada’ por ‘privilegiada’ (p. 98), ‘estribordo’ por ‘estibordo’ (p. 104) ou ‘escerve’ por ‘escreve’ (p. 129) são casos que fixei em primeira leitura.
A “Apresentação” de Helder Godinho e a “Introdução” e as “Notas” de Fernanda Irene Fonseca enriquecem em muito o inédito e provam que o tratamento de textos é trabalho de especialistas.
Ler este diário é aprofundar, expandir e complementar o conhecimento sobre uma das maiores vozes da literatura de expressão portuguesa. É ainda acompanhar “pari-passu” um momento decisivo da vida do escritor: de facto, neste quase início de vida literária (até “Mudança”), colhemos pistas sobre um processo formativo e anunciam-se já alguns dos motivemas e estilemas vergilianos.
Vergílio Ferreira é, assim, pervivo sobre a morte, anunciando, espantando sempre.

Eu não vou - 2


Eu não vou