2008-04-30

Nos 30 anos dos UHF

fotografia de martim de gouveia e sousa [aula magna, 2008]

UHF na FNAC de Cascais

No dia 29 de Abril, pelas 22H00, os UHF apresentarão no auditório FNAC do Cascais Shopping temas dos dois volumes já editados das Raridades "Canções Prometidas". Momento para estarem, olhos nos olhos, com os 4 de Almada. Em noite de aderente, tudo mais barato dez por cento.


No dia a seguir rumo ao Algarve

A 30 de Abril, véspera de um novo feriado a puxar uma ponte, os UHF são os convidados da FNAC da Guia (Albufeira), em mais uma noite do aderente. A partir das 22H00, intimamente e ao vivo, apresentação dos volumes I e II das Raridades "Canções Prometidas".

http://www.myspace.com/uhfrock

http://www.uhfrock.com

2008-04-28

"Ana, São Jorge Derreteu!", por Marcia Frazão


Ana, São Jorge Derreteu!
Ontem, quando acordei e vi São Jorge derretido no chão da sala, afogado em um mar de açúcar, desconfiei que podia ser algum sinal. Bem verdade que quando o ganhei de presente de Ana Durães, ela me aconselhou a comê-lo ao invés de guardá-lo. "Vai derreter, " ela disse.
Mas quem, em sã consciência, comeria um santo? Por mais que os músculos dele saltassem da armadura de ferro, por mais que aqueles olhos azuis provocassem terremotos e arrepios na carne, santo é santo! Comer São Jorge? Nem morta!
Face à minha determinação, Ana, formada e diplomada nas artes dos santos, sugeriu uma camada de verniz. "De repente, impermeabiliza", ela disse.
A princípio, a solução pareceu acertada. Mas quantas camadas seriam necessárias? Certamente muitas, se ele não fosse santo e fosse homem, mas santo, sem nenhuma nódoa para esconder e nenhuma vaidade para exibir, é uma outra história. Não havia pincel no mundo que deslizasse um quase tico de verniz desnecessário.
Não sei se pelos muitos copos de vinho ou pela euforia de estarmos reunidos - eu, Ronaldo, Ana, André Mux, Adriana Reis e Allison - a degustação do santo foi esquecida. De cima da mesa São Jorge nos espiava com olhar pidão, e Adriana jurou ter visto umas gotas vermelhas escorrerem do canto da boca dele. Se fosse em outro contexto, numa ocasião mais sóbria, todos nós admitiríamos o milagre, mas já estávamos na sexta (ou seria oitava?) garrafa de vinho, com os pés enfiados na região onde milagre é ficar sóbrio, e deixamos Jorge quieto no seu canto.
Melado, caramelado, desengonçado na sela do seu cavalo branco, o santo brandia a lança sem o mesmo ímpeto de antes. "São Jorge está bêbado. É melhor comê-lo", disse Adriana sem um mínimo pudor.
Receosos de recairmos em pecado mortal, não nos aproveitamos da santíssima embriaguez e Jorge ficou na mesa, chapado. Depois que todos foram embora o carreguei para o altar. E lá ele dormiu por alguns meses, até que Gilda Brasileiro, minha amiga química, filha de Iroko e Oxum, me aconselhou a servir cerveja para ele. "Mas só serve em copo de prata", ela recomendou.
Durante um ano ele se entupiu de cerveja, até que ontem, por coma alcoólica ou mistério que só os santos conhecem, São Jorge derreteu. Escafedeu-se sem deixar nenhum bilhete, deixando no ar uma sinistra pergunta: teria sido melhor comê-lo?
Marcia Frazão

2008-04-25

Um poemário de pós-Abril: sobre " 25 Abril / 34 anos" de José Amaral


Um poemário de pós-Abril

“O debate é sereno, porque a verdade nem se altera nem ira, quando argumenta.”

(Camilo Castelo Branco, “Prefácio” a A Imortalidade de Baguenault de Puchesse, 25 de Fevereiro de 1865)

Celebrativo em reverso embaciado, este poemário de pós-Abril de José Amaral irrompe do corpo para a ele regressar em finitude – o ardor do grito é, afinal, uma laceração desalentada na funda pele.

Sem temer o paragramatismo analógico (identificam-se passos e ecos de vozes como as de Camões, Pessoa, Alegre, Gedeão, Ary, Natália…), o código óptico-grafemático lembra a data de 25 de Abril (e vinte cinco são os poemas em romano) e os trinta e quatro anos da Revolução (agora com os anteriores se encontrando e em árabe partindo). Cavando até à origem, cedo “as portas que Abril abriu”, para citar um consabido título de Ary dos Santos, dão lugar a “gritos aprisionados” (poema 33). E assim se faz um caminho de desalento e de inesperada desgraça.

O ritual é límpido: era uma vez um país “onde nem foice nem roçadoura” desbastavam “os caminhos do descontentamento” (poema II) que encontrou a possibilidade do sonho depressa embaciado. Em breve, e os semas textuais aprofundam-no, sobrevive apenas a desilusão. As lexias não permitem o sonho: o desarmado leitor priva com “uma úlcera viciada”, “um charco de escuridão”, “a podridão política” (poema III) ou “uma vereda” (poema XXIV), num país que viveu “anestesiado” (poema IV) e é agora uma “espinhosa visão ensanguentada / de um passado prometido, / de um presente não vivido, / de um futuro já passado / e nunca alcançado” (poema IX). Desvelam-se então na crua memória os fastos da história que transmutam os cravos em cardos e lançam o enxofre no corpo já envelhecido (veja-se o poema 28) do poeta: “Disparem contra mim, / acabem com esta minha triste sina / e descansarei em paz, por fim!”.

O ambiente cinéreo, depois da madrugada do sonho, espalha-se e rói. Feita a revolução, urge a revolução (“exigindo uma nova Revolução”, poema 29) e uma marca identificativa. Sem ela, só a morte do poema 34: “Depois… / quero descansar / na paz que não tive em vida.”

Como diria Aristóteles, é impossível pensar sem fantasmas. Este canto dorido de José Amaral inscreve uma lícita representação poética. Seja este pós-Abril um verbo de esperança…

Viseu, 26 de Março de 2007 (das 23 para as 24 horas)

Martim de Gouveia e Sousa

2008-04-22

Nick Cave & The Bad Seeds no Coliseu do Porto, hoje


NICK CAVE & THE BAD SEEDS  DIG, LAZARUS, DIG!!! Numa altura em que se prepara para editar o 14º álbum de estúdio, “Dig, Lazarus, Dig!!!”, Nick Cave apresenta-se em Portugal, acompanhado dos seus Bad Seeds. Desde 1984, altura em que os The Birthday Party terminaram e deram origem a Nick Cave & The Bad Seeds, que o músico australiano tem desempenhado um papel fundamental na história da música. De álbuns marcadamente rock, a registos mais introspectivos, passando pelo incontornável “Murder Ballads” de 1996, onde se encontram os duetos com Kylie Minogue e PJ Harvey, Nick Cave é senhor de uma carreira prolífica que vai agora receber o 14º capítulo. Com o novo single “Dig, Lazarus, Dig!!!” já apresentado e o disco com o mesmo nome a caminho, Nick Cave & The Bad Seeds apresentam-se ao vivo em Portugal no dia 22 de Abril no Coliseu do Porto. [Informação Coliseu do Porto]

2008-04-20

Exposição "O Lápis Azul" - A Censura do Estado Novo, na ESEN


Visite a exposição "O Lápis Azul" - A Censura do Estado Novo,

de 15 a 24 de Abril,

patente na escola secundária Emídio Navarro (Átrio do Piso 1)

uma organização da Área Disciplinar de História. Há visitas guiadas pelos alunos de História do 12º ano, INFORME-SE.

Escola Secundária de Emídio Navarro - Viseu
Rua Mestre Teotónio Albuquerque . Apartado 2095 . 3500-213 Viseu

Telefone: 232-480190

Fax: 232-480199

Telemóvel: 96-3705552

Palavras de Bento XVI, no 3º aniversário da Sua eleição


No 3.º aniversário da eleição do papa Bento XVI, recordamos as suas primeiras palavras e damos graças pelo Papa que o Senhor nos deu:

Amados Irmãos e Irmãs,

Depois do grande Papa João Paulo II, os Senhores Cardeais elegeram-me, simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor.

Consola-me saber que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes. E, sobretudo, recomendo-me às vossas orações.

Na alegria do Senhor Ressuscitado, confiantes na sua ajuda permanente, vamos em frente. O Senhor ajudar-nos-á. Maria, sua Mãe Santíssima, está connosco. Obrigado!

2008-04-18

Nightwish no Coliseu do Porto, hoje...

A banda finlandesa de metal sinfónico, Nightwish, vem a Portugal para duas actuações nos Coliseus do Porto, 18 de Abril, e de Lisboa, 19 de Abril, em apresentação do novo álbum “Dark Passion Play”. Detentores de uma sonoridade única, que veio a ter muitos seguidores, como os Within Temptation, os Nightwish surgiram em Kitee, na Finlândia, em 1996. O nome Nightwish deriva da primeira música que a banda gravou e que viria a ser incluída na primeira Demo. Em 1997 editaram o primeiro álbum, “Angels Fall First”, que atingiu o terceiro lugar do top finlandês. Seguiu-se “Oceanborn” - editado em 1998, mostrava uns Nightwish mais técnicos e progressivos, ao nível da escrita e dos arranjos. O álbum atingiu o galardão de Ouro em mais do que um país e confirmou os Nightwish como um fenómeno a seguir. Dois anos volvidos lançaram “Wishmaster”, disco que entrou directamente para o primeiro lugar do top finlandês. Após o sucesso alcançado na Europa, os Nightwish começaram também a dar que falar nos Estados Unidos. ”Century Child” de 2002, atingiu o Disco de Ouro em apenas duas horas, chegando mais tarde à dupla-platina! Mantendo uma profícua carreira, editaram em 2004, “Once” – mais um enorme sucesso comercial em toda a Europa. Em 2007, chegou “Dark Passion Play” - o disco com o maior investimento de sempre da história da Finlândia, contou com a colaboração de 175 músicos! O resultado final é épico! A reputada revista britânica Kerrang! atribuiu ao álbum nota máxima, 5/5, considerando-o um clássico. Em termos comerciais, o disco entrou directamente para o primeiro lugar dos tops de vendas na Alemanha, Finlândia, Suiça, Hungria e Croácia. Em Abril sobem ao palco dos Coliseus de Porto e Lisboa, 18 e 19 de Abril, respectivamente, para dois concertos que certamente não vão deixar indiferentes os muitos fãs que os Nightwish têm em Portugal! [Informação: Coliseu do Porto]

2008-04-16

Bento XVI cumpre 81 anos


Bento XVI cumpre 81 anos


Eleito Papa no dia 19 de Abril de 2005, o Cardeal Joseph Ratzinger, Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), a 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi baptizado no mesmo dia.

O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições económicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis. Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilómetros de Salzburgo.

Foi neste ambiente, por ele próprio definido «mozarteano», que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural. O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazi mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração da Santa Missa.

Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja. Nos últimos meses da II Guerra Mundial, foi arrolado nos serviços auxiliares antiaéreos. Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1951. Um ano depois, começou a sua actividade de professor na Escola Superior de Freising.

No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese «Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho». Passados quatro anos, sob a direcção do conhecido professor de teologia fundamental Gottlieb Söhngen, conseguiu a habilitação para a docência com uma dissertação sobre «A teologia da história em São Boaventura».

Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bona, de 1959 a 1963; em Münster, de 1963 a 1966; e em Tubinga, de 1966 a 1969. A partir deste ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade.

De 1962 a 1965, prestou um notável contributo ao Concílio Vaticano II como «perito»; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colónia. A sua intensa actividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.

Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de Munique e Freising. A 28 de Maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade». Paulo VI criou-o Cardeal, do título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano.

Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de Agosto, que elegeu João Paulo I; este nomeou-o seu Enviado especial ao III Congresso Mariológico Internacional que teve lugar em Guayaquil (Equador) de 16 a 24 de Setembro. No mês de Outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.

João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981. No dia 15 de Fevereiro de 1982, renunciou ao governo pastoral da arquidiocese de Munique e Freising. O Papa elevou-o à Ordem dos Bispos, atribuindo-lhe a sede suburbicária de Velletri-Segni, em 5 de Abril de 1993.

Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Papa o novo Catecismo. A 6 de Novembro de 1998, João Paulo II aprovou a eleição do Cardeal Ratzinger para Vice-Decano do Colégio Cardinalício, realizada pelos Cardeais da Ordem dos Bispos. E, no dia 30 de Novembro de 2002, aprovou a sua eleição para Decano; com este cargo, foi-lhe atribuída também a sede suburbicária de Óstia.

No dia do seu 81.º aniversário, o Papa é recebido, de manhã, numa cerimónia de boas-vindas no South lawn da Casa Branca, pelo presidente norte-americano, George W. Bush. Posteriormente almoça com os Cardeais dos Estados Unidos, com o Praesidium da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos da América (USCCB) e com a comitiva papal na Nunciatura Apostólica de Washington.

O último compromisso oficial do dia é a celebração das Vésperas e o encontro com os Bispos dos Estados Unidos da América no Santuário Nacional da Imaculada Conceição de Washington.

Fonte: www.vatican.va

Brinca comigo com a "História da Matrioska" (Café Progresso, 19 de Abril)


2008-04-15

cerco

desintegro-me na viela assim
sem as imagens sombrias ou
o estiolado dos empedrados
que acordam a planta dos pés
dentro desta simples narrativa.

no outro século existe memória
que suspensa escorre e chora.

insensível o ranço cerca a cidade
de que sem banalidade foges...

2008-04-14

rubra

dentro do olhar uma onda funda
abraça o dorso íntimo das chuvas
e o forte vento mais que abraço
rodeia-te a boca o sangue até.

2008-04-13

"Títeres"


 

Títeres

Apuntes sobre los títeres. Joaquín Álvarez Barrientos

La función de las marionetas en el retablo del Maese Pedro. Salvador García Castañeda


Títeres y renovación artística en España durante el siglo XX. Jesús Rubio Jiménez

La Tía Norica y Cádiz. Pepe Bablé

Títeres y música. Forma, sonido y movimiento. Ángel Vergara

El Teatro Pinocho de Salvador Bartolozzi (1929-1933). David Vela

Cómico y virtuosos a media luz. Los títeres durante la dictadura franquista. Adolfo Ayuso


El oficio de titiritero. Paco Paricio

Exposición

Edita
Fundación Joaquín Díaz2004-2005, Urueña25x18 cm206 páginas.
Ilustraciones Encuadernación en tela editorial grabada con sobrecubierta

25 €

BD em Castro Daire, até 30 de Abril


BD em Castro Daire, até 30 de Abril

Da Banda Desenhada, ao cinema e à televisão, muitos são os heróis e os vilões que fizeram do chapéu a sua imagem de marca e, mais do que isso, fizeram associar ao chapéu que usam diversas características de personalidade e forma de estar na vida! Compreender essas personagens através dos seus chapéus é o objectivo desta exposição totalmente inédita em Portugal, e concebida pelo Museu da Chapelaria do Município de São João da Madeira, que apresenta belíssimas réplicas de chapéus dos mais conhecidos personagens do mundo dos desenhos animados e que estará presente no átrio da Biblioteca Municipal de Castro Daire, até 30 de Abril. Visite-a.

Biblioteca Municipal de Castro Daire | Rua Luís de Camões, s/n | 3600-100 CASTRO DAIRE | Tel. (+351)232 319150 Fax (+351) 23319151 | biblioteca@cm-castrodaire.pt

2008-04-09

Exposição de pintura "Cidades Invisíveis" de Maria Barros Abreu



No próximo dia 12 de Abril de 2008, pelas 17h00, o Restaurante EIRA DA BICA em Paços de Vilharigues – Vouzela, em parceria com a Galeria de Arte – ArteG, inaugura uma exposição de pintura – CIDADES INVISÍVEIS – de Maria Barros Abreu.

CÍDADES INVISÍVEIS de Maria Barros Abreu estará patente no Restaurante EIRA DA BICA até ao dia 25 de Maio de 2008.

A inauguração será patrocinada pelos Vinhos "Pedra Cancela"

2008-04-07

60ª Aniversário do Colégio São João de Brito


Liderança Inaciana

No 60º Aniversário do Colégio São João de Brito, para cujas comemorações se escolheu o tema da “Liderança Inaciana”, a Associação de Pais dos Alunos do Colégio São João de Brito entendeu convidar duas personalidades cujo diálogo certamente nos ajudará a entender o que é Liderar e de que forma a Espiritualidade Inaciana nos leva ao caminho da Liderança no serviço.

P. Vasco Pinto de Magalhães Tomaz Morais

No próximo dia 8 de Abril, terça-feira, pelas 21h15, no Auditório Grande, esperamos por vós para participar neste serão que será, seguramente, inesquecível.
A partir de experiências comuns do Rugby, de formação e liderança de equipas, sejam elas de Jogadores ou de Noviços, e da partilha de valores, os nossos convidados irão certamente mostrar-nos como poderemos transportar para as nossas vidas de todos os dias estes conceitos ajudando-nos na formação dos nossos filhos.
Contamos convosco e estamos certos que não desperdiçaremos esta oportunidade. Até lá.

Pela direcção
João Cordovil Cardoso

2008-04-04

Exposição de fotografia "The She Mouse Photo Event"



O Município de Ponte de Sor, a Loja do Lopes e a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna convidam Vossa Excelência para a exposição de fotografia "The She Mouse Photo Event" que terá lugar na Biblioteca Municipal de Ponte de Sor, sábado, 29 de Março, pelas 17h30.

A inauguração será seguida de conferência com o título "Falar de e fazer Fotografia" por PAULO NABAIS e MIGUEL VALLE DE FIGUEIREDO, às 18h30, no mesmo local.

"O The She Mouse Photo Event no Baiuka Bar na Praia da Rata no Monte Estoril é um grupo de fotografos amigos e que organizam, de Maio/Junho a Outubro/Novembro, exposições de Fotografia todos os quinze dias com profissionais, amadores e gente nova. 2008 poderá ser o nosso 5º ano de actividades e cada ano tem o seu tema. Fazemos também uma colectiva anual na Junta de Freguesia do Estoril com todos os fotógrafos que participaram no The She Mouse Photo Event até hoje. O tema do ano é variável.

A convite do Centro Cultural de Cascais, através da Fundação D. Luís I, o que muito gostámos, fizemos uma exposição com 18 fotógrafos consagrados do She Mouse no final de Julho e até Agosto de 2007 com o tema 'Cascais'.

Faremos os possíveis para que Cascais nunca mais seja a mesma."

____

de 29 de MARÇO a 29 de ABRIL

2ª-6ª: 10h00–19h00 | sábados: 10h00–13h00

Biblioteca Municipal de Ponte de Sor

Praça da República, nº 1 7400-232 Ponte de Sor

2008-04-02

o caso poético de isabel mendes ferreira: exemplo


cinco da tarde e Lorca não está aqui.desertou. esfumou-se.ao invés a minha cozinha brilha brilho contínuo ironia de detergentes acidulada com lixivia eficaz espessa e aromática. nada de debussy nem de verdi. só os pratos no lugar o fogão limpo a mesa com cheiro a pedra e a iogurtes magros que a elegância é o elixir da vaidade. não sei cozinhar mas sei de cor as vitaminas dos legumes profilaticamente estou em dia. não sei organizar um refogado mas desenho nas facas um destino incerto de sal e fermento. dos outros dias aqueles que cabiam no bolso na saia recorto um seio alto as pernas esguias um ventre liso andrógino infecundo. esbelta solta e livre soltava os cabelos corria para o vale incerta evasiva assimétrica florbela sem fogos cadentes antígona com sílabas sáficas. inconsequente.cinco da tarde e sento-me sozinha a vigiar a solidão de massa e farinha.estou crescida.abro a gaveta das horas. arrumo dois anos no pote da pimenta verde e falo para as moscas. o peixe está congelado.bebo café.não sei passar a ferro.reforço as minhas rugas. engordo. penso no verão e lipoaspiro a secura dos cotovelos que já não mostro no areal. compro uma senha de solário e envio-me resmas de barcos de papel. cheira a branco na minha cozinha. é um diagnóstico de claras em castelo.são cinco da tarde e não comprei fiambre nem melancia. o elevador chia. os vizinhos também. o gato dorme. tudo está no seu lugar. na respectiva e milimétrica simetria de uma casa deserta. onde nem o pó entra. apenas a certeza congelada de que a vida não é solar. antes a cartilha de somar sonhos marítimos que dão para nenhuma praia. um lençol espremido na máquina um saco cheio de cascas de laranjas amargas um óleo espesso a escorrer para o chão. cinco da tarde e proust não me disfarça o cabelo branco. não sei ligar o forno. não quero ler as instruções.nem quero saber mesmo. eu gosto é de fazer nada. ficar assim à escuta dos ecos do meu corpo que anoitece depressa sem glória nem anestésicos. alimento-me de indolência mole doce abuso do sal das minhas lágrimas ouço o meu colestrol a gemer a inchar a aorta a arredondar as ancas a tornar mínimas as calças a implorar dois furos acima no cinto. cinco da tarde e não me revolto. sou puré de ameixas uma camisa desbotada manteiga fora de prazo tudo ao contrário menos a mão que segura o espelho. onde moras agora mãe? era tão cedo quando partiste. bem sei que já passava das cinco da tarde quando só e nua fechaste os olhos. para sempre. e eu não estava lá para chorar.chorar por mim por ti por nós que nos desencontrámos no maldito quarto de hospital onde uma estúpida e incisiva hiperplasia do útero te negou a vida e apoucou a minha. para sempre. e ainda agora não posso chorar tudo o que não soube dar-te. tu que magnanima e com dedos de leite me deste os olhos da vida como se nunca fosses abandonar-me. e agora a tua ausência é um pico na minha língua e doi. doi até ao limite. doi-me a falta do teu sorriso estelar e sei que nunca cresceste qual peter pan que sempre detestei mas que por ti fingi gostar e juntas nos levei a voar em ramos de cerejeira.brincámos ao faz de conta de mãe e filha como bichos de seda incapazes da transição natural. eu não voei e tu inesperadamente alteraste o curso de todos os rios. a meio caminho abriste o poço e logo me afundei no meu frágil casulo. sem teias nem janelas.são cinco da tarde e os meus olhos rasam a espuma de novembro e porque tu foste em novembro agora é sempre inverno.São cinco da tarde e nada é relevante. já mudei a água das túlipas dei a volta ao quarto do meu filho arrumei os legos fechei as asas do avião e dei-lhe cereais com mel. na minha cozinha anda um mozart adoentado a compor palavrões e eu digo-lhe tem juízo e dá-me antes uma receita contra as dores de alma. não te rias assim tão staccato alarve e genial irrita-me a tua música magnífica densa pura. escreves alto o que não posso dizer.um dicionário o meu filho quer um dicionário e já são cinco da tarde e a tua mão cheira a leite com chocolate e as letras estão com baunilha e a tua boca tem fluor e temos de ir ao pediatra. vamos já.deixa-me só barrar-me de competência o teu pai vai adorar. cinco da tarde e a minha vida é uma risca azul na tua camisola de marinheiro. e que interessa esta sinopse inábil de abelha de patas para o ar se amanhã regresso ao sítio inóspito do senso comum? gosto de não gostar.a música toca-me e lima-me as arestas e à noite imito o salto do tigre voando sobre um ninho de corpos nus e anónimos.de vez em quando a beleza surge em bemol nos teus olhos azuis e eu sorrio como se estivesse nas caraíbas e tu fosses marlon brando mas é só muito de vez em quando porque amanhece sempre cedo e de repente são cinco horas da tarde.cinco horas desta tarde de espinhos de lã e o amor é um vândalo vencido pela sede e pelo medo. um tumor excisado através da internet. sempre às cinco da tarde.

só uma pausa para seguir o vento
respirar respirar rente e dentro e fundo. na seiva nívea. e voar.

Ps. " ! Assim nesse dia des.canso e mato saudades (as saudades não se matam, são como o leite das mães ... )!" são. são peixes que rebrilham nas escamas da memória.