Fora da qualquer intenção propagandística, que Vergílio a isso era avesso, eis que um surpreendente “Diário Inédito” (1944-1949) rompe um certo silêncio e ilumina parte de uma década que os milhares de páginas dos nove volumes de “Conta-Corrente” (I e II séries) e, conceda-se, de “Pensar”, haviam deixado intocada e tão-só conjecturada, instalando o espanto, o melhor espanto. Vindo agora a lume por finais de Maio, o facto literário tivera anúncio com pré-publicação de excertos na revista “os meus livros” de início do mesmo mês.
Está de parabéns a Bertrand Editora. A edição é da responsabilidade de Fernanda Irene Fonseca - reputada académica que integra a Equipa Vergílio Ferreira, liderada por Helder Godinho, que procede ao tratamento do espólio vergiliano. A revisão do texto, de Pedro Ernesto Ferreira, deixou passar, sem que tal obscureça o mérito da edição, algumas gralhas (poucas): Helder não leva acento (em várias páginas), ‘priveligiada’ por ‘privilegiada’ (p. 98), ‘estribordo’ por ‘estibordo’ (p. 104) ou ‘escerve’ por ‘escreve’ (p. 129) são casos que fixei em primeira leitura.
A “Apresentação” de Helder Godinho e a “Introdução” e as “Notas” de Fernanda Irene Fonseca enriquecem em muito o inédito e provam que o tratamento de textos é trabalho de especialistas.
Ler este diário é aprofundar, expandir e complementar o conhecimento sobre uma das maiores vozes da literatura de expressão portuguesa. É ainda acompanhar “pari-passu” um momento decisivo da vida do escritor: de facto, neste quase início de vida literária (até “Mudança”), colhemos pistas sobre um processo formativo e anunciam-se já alguns dos motivemas e estilemas vergilianos.
Vergílio Ferreira é, assim, pervivo sobre a morte, anunciando, espantando sempre.
Está de parabéns a Bertrand Editora. A edição é da responsabilidade de Fernanda Irene Fonseca - reputada académica que integra a Equipa Vergílio Ferreira, liderada por Helder Godinho, que procede ao tratamento do espólio vergiliano. A revisão do texto, de Pedro Ernesto Ferreira, deixou passar, sem que tal obscureça o mérito da edição, algumas gralhas (poucas): Helder não leva acento (em várias páginas), ‘priveligiada’ por ‘privilegiada’ (p. 98), ‘estribordo’ por ‘estibordo’ (p. 104) ou ‘escerve’ por ‘escreve’ (p. 129) são casos que fixei em primeira leitura.
A “Apresentação” de Helder Godinho e a “Introdução” e as “Notas” de Fernanda Irene Fonseca enriquecem em muito o inédito e provam que o tratamento de textos é trabalho de especialistas.
Ler este diário é aprofundar, expandir e complementar o conhecimento sobre uma das maiores vozes da literatura de expressão portuguesa. É ainda acompanhar “pari-passu” um momento decisivo da vida do escritor: de facto, neste quase início de vida literária (até “Mudança”), colhemos pistas sobre um processo formativo e anunciam-se já alguns dos motivemas e estilemas vergilianos.
Vergílio Ferreira é, assim, pervivo sobre a morte, anunciando, espantando sempre.
1 comentário:
obrigada.
beijo. de y.
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