2007-01-03

lugares de fogo

nem sombra silenciosa sobre a mesa.

o odor do chá arruma na toalha azul
a primeira ausência as fundas raízes
e afasta as mágoas os gumes fundos.

um corpo evola-se então contra o rosto
amanhando a tábua da mesa profundo
e sem cansaço os remos avançam dentro
rompendo sem freio a fonte e a fraga
dando-se inflamados à saliva ao fogo.

como animal baleado os músculos cedem
mar tocando os céus dentro da boca.

9 comentários:

Anónimo disse...

o encanto da poesia!

Anónimo disse...

Martim, este poema é fogo! ...

Anónimo disse...

Que hard...

isabel mendes ferreira disse...

não comento.



não sei.




parto.


levo.



os gumes.


os céus.

Anónimo disse...

Fico a reler...

Anónimo disse...

Vim aqui parar através das teclas de um "piano" e em boa altura o fiz!
Fiquei "banzado"!


Fogo!!!!

Palavras em labaredas que aquecem qualquer ser em olhar de espanto
pelo calor que delas emanam.

Adorei!
Um abraço e bom ano novo!

Anónimo disse...

Um bom ano, com inspiração.

Susana Barbosa disse...

... não há limite para os céus... sendo o céu o limite em si mesmo, Martim. assim. mesmo nos lugares de fogo!
beijo

Anónimo disse...

Espectacular mesmo!.........