2007-01-25

hidrografia

as palavras caem rente aos olhos
esfacelando o rosto a densa pele
e sem margem o limo e o vento
dispersam-nas no peito límpido
como alicerces dentro da chuva.

os diques da noite rebentam-te
as sílabas no meio dos dentes
e os incertos fonemas correm
voluntários como as ânforas
partidas nas escondidas fontes.

dos lábios o dique a água pende.

11 comentários:

Anónimo disse...

Boa água...

Anónimo disse...

bons alicerces....









bj. Martim.






Ysa.

Vítor Amado disse...

"as palavras...dispersam-nas no peito límpido"...
parafraseando o poeta, "virgíneas tetas imitando"

Anónimo disse...

Gostei muito do que saiu destas "ânforas partidas".

Anónimo disse...

Quanto vale uma lágrima? Qunto se diz ou se perde numa sílaba?

Bjs. Boa semana.

Anónimo disse...

Desculpa...Quanto

isabel mendes ferreira disse...

este o dique/oceano onde me escondo. hoje. e para sempre.






beijo.

Anónimo disse...

As águas da poesia continuam imparáveis aqui. Abraço!

feniana disse...

continua-se bem...por este céu!

porfirio disse...

boa-noite martim

:ainda ao redor da boca:

assim
exp
-loras
o dia-
fragma
!

aquele abraço

Su disse...

as palavras como as lágrimas....

jocas maradas sem margens