2007-03-08

fora do gelo

por exemplo um convento e o sossego
fora do inverno longe do sofrimento
seriam a terra rasgada pelo arado ou
o algodão envelhecendo na plantação.

em hipótese nem o rumor inevitável
nem sequer a lâmina ferindo a cidade
as velhas arcadas chorando o silêncio.

ali um grito revela a tarde a luz ocre
moldando o sal a velha língua oblíqua.

para cima os olhos acontecem azuis.

talvez o missouri e a festa resto de gelo.

8 comentários:

Susana Barbosa disse...

no calor... será que finalmente conseguirei deixar aqui um comentário?

Anónimo disse...

Quente como sempre... Abraço...

isabel mendes ferreira disse...

lâmina.


língua.


transversal.



luz.


festa.



degelo-me.



e


beijo-o.

veritas disse...

"para cima os olhos acontecem azuis."

Espelho do ceú, reflexo da alma...

Bjs.

Anónimo disse...

Enorme dádiva esta, imensa até.... Abraçps...

porfirio disse...

bem martim,

acho que é unânime;

neste poema só vejo o FOGO
que a tua língua transuma.

forte abraço

Su disse...

já te disse, quando aqui venho é para ler sossegada....mas saio sempre num desassossego........de palavras

jocas maradas de azul

Anónimo disse...

Depois do gelo fica o fogo, concordo. Abraço...K.