2007-03-02

em março que lugar?

em março iniciaria este poema
com a dor do inverno nos ossos
e o metal fundente dos poderes
arruinando os pulmões as aves.

ao segundo dia arrumaria a mesa
e o espelho das louças não mais
encostaria às pratas e aos cristais.

ao terceiro na paisagem um veleiro
escreveria certa a epopeia de lisboa
os gritos indeclináveis pela tarde
e a rouquidão descendo pelo combro.

hamlet como em baptista viria ao poema
como a nostalgia e o incêndio de nova luta.

mas para o lugar só uma elegia desesperada.

6 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

e de novo neste lugar----SEMPRE.




re.chego.


AO INCÊNDIO....



BEIJOS.


E SAUDADES.

Anónimo disse...

Texto bem evocativo de um tempo outro e perdido...

Vítor Amado disse...

belo texto.
bom fim de semana.
abraço

veritas disse...

Qual elegia desesperada que anuncia essas aves que virão...quero o veleiro e quero arrumar a mesa...

Bjs. É sempre revigorante passar aqui, cada vez mais!

Anónimo disse...

Concordo com o que atrás se disse...

isabel mendes ferreira disse...

hum..............obrigada Martim...

de novo....na música....:))))))).