
No caso português, parece-me indesmentível que a agitação provocada por Judith Teixeira na década de vinte - até no seu jeito artístico, de penteado à "garçonne", para gerar um imaginário de figura feminina de acordo com o vigente modelo universal à Louise Brooks -, trouxe um importante contributo libertatário para a geração de mulheres que se lhe seguiu.
No entanto, e ainda bem, Judith Teixeira consegue uma identidade própria não pelo grito sufragista de grande voga, nomeadamente no período subsequente à implantação da República, mas sim pela ostentação de uma vida espiritual e intelectual que ela sumptuariamente subscreve pela presença obsidente do seu forte e assertivo "Eu". Esse esteticismo e essa força afirmativa estão também presentes na inusual apresentação, em primícias literárias, de obras suas sob a chancela gráfica da Imprensa Libânio da Silva, que, segundo José Augusto-França, "dispunha de excelentes oficinas".
3 comentários:
MARTIN'S
Obrigado pelo destaque afectivo!!!
Abr.
pn
A Brooks é arrebatadora, não é? Abraços!
De nada, pn. abr. tb.
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