2006-04-25
poemas em abril (V): cravos nos ossos
abril rompe de dentro dos ossos
espalhando o marfim dentro dos olhos
agora todo o sonho azul jaz no petróleo
das veias, acumulada gordura de luta vã
quanto sal encostado às costas murmura ainda?
quanta dor te engana o sono e o golpe de asa?
em abril de dois mil e seis a chuva não cai na terra
o vento não embala a seara nem o mar engorda o corpo
a centúria matou a bandeira fechou a pequena aldeia
que o povo reabriu há décadas que gritam no solo.
longe nem flores ou sol. só ácido no zinco quotidiano.
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4 comentários:
dói. de belo.
zinco aceso.
Martim...
O poema é bonito e a imagem parece retirada da Capela dos Ossos de Évora.
De facto, já houve outro ABRIL. Abraço.
boa noite martim
:
poema de carne repleto
ó tu que
engordas o mar
.
abraço
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