2006-04-02

Knut Hamsun (1859-1952)


Knut Hamsun é um grande escritor norueguês e um caso de verdadeira originalidade literária. São célebres as palavras admonitórias do russo Kouprine dizendo que Hamsun não faria escola, por ser tão original, a ponto de quaisquer imitadores parecerem ridículos. Lembro aqui, porque sim, um excerto que retiro da extraordinária parábola social de Marie Darrieussecq, de título Truísmes (1996):


"Depois a faca entra. O criado empurra-a duas vezes devagar para a fazer atravessar o courato, e a seguir é como se a longa lâmina se fundisse até ao cabo na gordura do pescoço.
A princípio o varrasco não dá por nada, continua deitado por segundos a reflectir um pouco. Mas agora, sim! Compreende que o estão a matar e berra os seus uivos abafados até não poder mais."
São imagens literárias assim vivas, que me afastam ainda de alguma literatura regionalista e de algum Aquilino "envarrascado".

8 comentários:

Anónimo disse...

Também nunca gostei muito dessas matanças... Abraço.

Anónimo disse...

Que ruralidade...ao ler o texto por momentos regressei à infancia e ao sarrabulho...
Abraço e bom Domingo

hala_kazam disse...

estou sempre a aprender coisas novas...

:)

beijos*

Anónimo disse...

Que apetitoso porquinho! Boa-tarde!

martim de gouveia e sousa disse...

obrigado, alice, pela distinção. bjinhos.

isabel mendes ferreira disse...

os nórdicos são mestres (pouco re.conhecidos) da metáfora e não raras vezes a utilizam na forma mais "rural" para abranger todo o "social"....


coisas...-boa noite Martim.


beijo.

martim de gouveia e sousa disse...

concordo totalmente, isabel. é mesmo isso. bjinhos.

porfirio disse...

boa noite martim

:
na minha terra ainda se mata o porco dessa maneira.

abraço