Knut Hamsun é um grande escritor norueguês e um caso de verdadeira originalidade literária. São célebres as palavras admonitórias do russo Kouprine dizendo que Hamsun não faria escola, por ser tão original, a ponto de quaisquer imitadores parecerem ridículos. Lembro aqui, porque sim, um excerto que retiro da extraordinária parábola social de Marie Darrieussecq, de título Truísmes (1996):
"Depois a faca entra. O criado empurra-a duas vezes devagar para a fazer atravessar o courato, e a seguir é como se a longa lâmina se fundisse até ao cabo na gordura do pescoço.
A princípio o varrasco não dá por nada, continua deitado por segundos a reflectir um pouco. Mas agora, sim! Compreende que o estão a matar e berra os seus uivos abafados até não poder mais."
São imagens literárias assim vivas, que me afastam ainda de alguma literatura regionalista e de algum Aquilino "envarrascado".
8 comentários:
Também nunca gostei muito dessas matanças... Abraço.
Que ruralidade...ao ler o texto por momentos regressei à infancia e ao sarrabulho...
Abraço e bom Domingo
estou sempre a aprender coisas novas...
:)
beijos*
Que apetitoso porquinho! Boa-tarde!
obrigado, alice, pela distinção. bjinhos.
os nórdicos são mestres (pouco re.conhecidos) da metáfora e não raras vezes a utilizam na forma mais "rural" para abranger todo o "social"....
coisas...-boa noite Martim.
beijo.
concordo totalmente, isabel. é mesmo isso. bjinhos.
boa noite martim
:
na minha terra ainda se mata o porco dessa maneira.
abraço
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