ponhamos a questão assim. não saber se as décadas de "liberdade" terão realmente valido a pena. e, no entanto, assim deveria acontecer. e, no entanto, um grosso pântano criado por uns quantos para as "famílias" invade o espaço íntimo da ética. lembro, a propósito, um esquecido e lutador. Afonso Ribeiro, apreendido, dono de uma palavra directa e sentida, tombou no esquecimento. deslido, encontro nele a metáfora do país. leia-se, na onda, o início do romance Aldeia e aplique-se, qual unguento, à pele mais dorida:
A aldeia ergue-se no fundo de um vale. Vale pequeno. Também a aldeia é pequena; cinquenta e um fogos. Nem mais um.
As casas alinham-se ao longo da estrada de macadame. Além desta rua a aldeia conta duas ruelas e um quelho. O quelho, de inverno, é coberto de mato.
No topo norte do povo fica a igreja. Em frente da igreja há um largozito.
A meio da aldeia é a taberna. Taberna e mercearia ao mesmo tempo.
assim um país. o nosso.
4 comentários:
Concordo e abraços.
a pele deste país descama como folha AMORTECIDA....E NOS ASSISTIMOS...sem o fogo....
metáfora que um dia foi de abril.
beijo Martim.
Com efeito, somos mais ou menos assim! Beijos...
somos em todos os sentidos muito pequeninos....
jocas maradas
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