2006-04-27

aproveite quem quiser: para o estabelecimento do cânone literário de Carlos Queiroz




Aproveite-o quem quiser:
para o estabelecimento do corpus literário do poeta Carlos Queiroz



A Eugénio Lisboa
A p. n. ?


Perde-se o investigador em buscas contínuas, sem que muitas vezes veja premiado o seu esforço de omnívoro leitor apaixonado por um nome ou por uma presença. E quem nada escreveu ou perseguiu que o pense: nem sempre os dias são de fartas descobertas neste mundo maior de livros e publicações periódicas que muitas vezes de tanto mostrarem muito mais escondem pelo tempo dentro.
Prometo-te, pois, leitor que não escreve, nem persegue, fazer-te este trabalho de casa dentro do meu quarto onde durmo contra as muitas tapeçarias de paixão que são os livros e revistas e jornais e papéis e vozes, steinerianas “presenças reais”, minhas sombras dentro do meu olhar também esquecido.
Não dependem muito das volições do Poeta maior Carlos Queiroz certo esquecimento, certas omissões, abundantes alterações ou arreliadoras gralhas de novos sentidos, outras leituras se proporcionando, diferentes aproximações ao dito que sempre escapa.
Não escapa, porém, este filológico trabalho de tempos novos, nem encontra aqui exemplo a morte da filologia. Sigo as palavras e os restauros dela, para que nada se perca. Este é um caminho principal da poesia portuguesa que quem lê e procura há-de alargar. Não saio ainda do quarto. Fico nele. Construo agora nas dobras do tempo os alicerces.

1. Os alicerces e as traves-mestras das palavras de Queiroz

O método exige ordem e visão panorâmica. Entremos, pois, no meu pequeno terraço poético e vejamos. Contemplo a obra de Carlos Queiroz e observo. Digo no parágrafo seguinte. Como olhar uma obra inconclusa olhando o leitor da sua totalidade
Os inícios poemáticos subsequentes aparecem por ordem alfabética e de acordo com a primeira palavra do texto, reproduzindo-se o primeiro verso de cada poema publicado, com excepção do hipotético sinal de pontuação no seu final que não indique final de frase, inscrevendo-se ainda entre parênteses rectos, pela ordem, o título da obra sem o ano de publicação, de acordo com as siglas (D: Desaparecido, 1935; FD: Outros poemas da fase de Desaparecido, 1928-1935; BTNV: Breve Tratado de Não-Versificação, 1948; EVOP: Epístola aos Vindouros e Outros Poemas, 1989; P: presença); o título do poema entre aspas, se existente; havendo, o ano de publicação em periódico; o número de página nas edições canónicas da Ática; o número de versos constituintes do poema; e outras informações julgadas não despiciendas (APPES: Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica; MP-I: A Memória das Palavras I ou o gosto de falar de mim). É esta a tabela alfabética dos incipit queirozianos:

A ciência avança [BTNV, 168: 4]
A curva evolutiva [EVOP, “Ápice”, 137: 7]
A emoção escorregava [BTNV, 151: 8]
A menina tinha os cabelos louros. [BTNV, “Teatro da Boneca”, 128-129: 20]
A negra luva esquecida [EVOP, “A luva”, 113: 16]
A que tinha no andar restos de infância [FD, “Fado”, Junho de 1930, 97: 16]
A sombra que velou o meu olhar sem rumo [D, “Passeio”, 44-45: 32]
Acordo e vejo num lampejo [EVOP, “A nossa época”, 96: 8]
Acuso! – baixando a voz [EVOP, “Acuso”, 1947, 164: 16]
Adeus paz, adeus renovo [EVOP, “Quase um fado”, 94: 12]
Alma repleta de [BTNV, 159: 5]
A noite descia [D, “Erótica”, 53-54: 30]
À procura de Deus, andamos todos nós [“Suplemento Literário” do Diário de Lisboa em 8 de Março de 1935, com ligeiras alterações de pontuação; D, “Obstinação”, 75: 6]
À sombra dum cedro imenso [EVOP, “Aranha”, Bussaco, 7 de Abril de 1948, 162-163: 20]
Afastava-se o navio. – Como era [D, “Navio”, 37: 14]
Ah! Bem recordo aquele dia [D, “Cruzeiro do norte”, 29: 20]
Ai dos nossos ais [BTNV, 183: 8]
Ao gineceu da flor rasgada [BTNV, 141: 7]
Ao longo dos ossos [BTNV, 180: 8]
Apenas hoje! Apenas uma vez [“Suplemento literário” do Diário de Lisboa; D, “Clamavi ad te”, 27: 14]
Após tanta ilusão [FD, “Quem saiba que explique”, Fevereiro de 1930, 108: 16]
Ardeu a folha de papel. O fumo [FD, “Canção queimada”, 193, 91: 18]
Às Parcas falando assim [EVOP, “Às Parcas falando assim”, 38-39: 42]
Assim o poeta clama, no seu horto [EVOP, “Estímulo”, in O Instituto, vol. 109, 1947, 95: 14]
Barcaça antiga, conservada [EVOP, “Náutica”, 101: 16; tb. C/L 2]
Breves, casuais [D, “Microcosmo”, 28: 8]
Bucólica lembrada! – és mais [BTNV, 148: 6]
Cada idioma contém [BTNV, 121: 5]
Cada palavra possui [BTNV, 120: 5]
Caído ferido passarinho [D, “Lirismo”, 52: 20]
Cantam ao longe. Anoitece. [D, “Cantam ao longe”, 41: 5]
Cercadas de abismos [BTNV, 137: 12]
Cidade [EVOP, “Allegro ma non troppo”, 119-120: 44]
Coisa tonta é a poesia [BTNV, 128: 4]
Com o teu cálido sentido [ Diário Popular , 31 de Dezembro de 1944; EVOP, “Para o Leitor Desconhecido”: 28]
Como escamas largadas no percurso [BTNV, 188: 8]
Convalesço... – Quem sabe [D, “Ciclo”, 82-84: 24]
Da lira de quatro cordas [BTNV, 146: 8]
Dá-me a tua mão [Litoral, nº1, Junho de 1944; EVOP, “Vamos de mão dada”, 73: 12]
De mais ninguém, senão de ti, preciso [D, “Amizade”, 35: 6]
Desce do éter, como que orvalhado [FD, “Aurora”, 1934, 109: 18]
Desde a semente à flor [EVOP, “Canção das rimas fáceis”, 1947, 160-161: 21]
Desproporcionado... [BTNV, 158: 10]
Deu estranha flor [EVOP, “Pirotecnia”, 63-68: 80]
Do poeta já morto, o claro nome [BTNV, 185: 6]
Dói-me fundo, muito fundo [EVOP, “Dói-me”, 61: 8]
Dos versos que eu li [BTNV, 177: 10]
É já tempo, é já tempo [BTNV, 132: 8]
E se fosse mentira? [EVOP, “E se fosse mentira?”, 42: 19]
É urgente descobrir [BTNV, 184: 6]
Eis que regresso e vos pergunto [EVOP, “Lar de papel”, 52-53: 25; tb. C/L 2]
Ela vinha e pousava no poeta [EVOP, “Muito mais que o nunca mais”: 65]
Em busca do nosso ritmo [EVOP, “O nosso ritmo”, 48: 16]
Em cada hora lateja [BTNV, 126: 8]
Em ti [EVOP, “Esqueleto de um soneto ou canção púbere”, 76: 14; tb. C/L 2]
Embriago-me, incógnito... [FD, “Canção imediata”, 1932, 106: 16; [“Suplemento literário” do Diário de Lisboa de 6 de Novembro de 1969; 587/588]
Entre a razão [FD, “Remoinho”, 1934, 88-89: 30]
Entre povo e massa [BTNV, 154: 7]
Era bom encontrar o amigo [Litoral, nº 1, Junho de 1944; EVOP, “O Amigo”, 40: 16]
Esta é a pátria em que se está mais só [Estudos, nº 266, Abril de 1948; EVOP, “Tríptico do Desalento”- I- “Soneto cu” – II- “A mais triste elegia” – III- “In Memoriam”, 156-159: 48]
Esta mão que pegou na caneta e que escreve [EVOP, “Outra mão”, 43: 8]
Esta poesia não tem asas [BTNV, 182: 6]
Estas falas indistintas [EVOP, “Bruáá”, 116: 16]
Este, que trouxe do fundo [BTNV, 155: 7]
Este som de piano, triste, ao longe... [Vamos Ler , nº 62, 7 de Outubro de 1937; EVOP, “Análise”, 126-127: 20]
Eu canto – logo, existo! [BTNV, 161: 6]
Eu e a noite [D, “Aldeia”, 76: 18]
Eu era, nessa noite, uma nuvem errante [D, “Romantismo”, 36: 20]
Eu irei, eu irei à flor do rio [EVOP, “Mitologia”, 44-45: 35]
Eu não sou o que aparento [EVOP, “Canção da rima em “ento””, 77-78: 20]
Eu quisera os teus gestos indecisos [FD, “Mutilada”, 1935, 87: 15]
Excelentíssimos Senhores [Ocidente , nº 17, Setembro de 1939; EVOP, “Circular”: 29]
Fecho os olhos e vejo [Revista de Portugal , nº 1, 1937; EVOP, “No fundo do Tejo”, 74-75: 28]
Ficarias doente, se não fosses [D, “Frivolidade”, 68: 14]
Foi no tempo das rosas e dos risos [EVOP, “Foi no tempo”, 62: 14]
Fosse em ti, dentro de ti, escafandro [Diário de Lisboa , 21 de Julho de 1938; EVOP, “Escafandro”, 79-80: 32]
Fosse o que eu sinto e não faço [EVOP, “Nocturno”, 124-125: 25]
Grande prémio é este [BTNV, 147: 5]
Há dentro em nós uma bruma [BTNV, 181: 8]
Há quanto tempo não visita [BTNV, 130: 7]
Há quem julgue saber de cor [BTNV,171: 7]
Há um homem que espera e está em brasas. [FD, “Acção”, 1934, 107: 22]
Há um livro singular [Atlântico, nº 3, 2ª série, 1947; EVOP, “Há um livro...”, 16-20: 96]
Há um sorriso luminoso e mudo [EVOP, “Primavera lembrada”, 138-139: 28]
Isto de ser poeta e português [Diário de Lisboa de 8 de Março de 1935, “A um estrangeiro”; EVOP, “A um estrangeiro”, 28: 14]
Já não inspira compaixão* [Diário de Lisboa de 8 de Março de 1935, “Quiromancia”]
Já não vem ao de cima... [EVOP, “Lá no fundo”, 140: 12]
Límpido fosse o que eu escrevesse [EVOP, “Límpido”, 41: 6]
Livrai-me, Senhor [O Instituto, nº 109, 1947; EVOP, “Libera Me”, 147: 12]
Lutas de raças [EVOP, “Visto do alto”, 100: 20]
Maresia – viveiro [BTNV, 172: 5]
Menina pobre, eu venho agradecer-te [EVOP, “Flor sem haste”, 108-109: 24; tb. C/L 2]
Menino Jesus [Ver e Crer, nº 20, Dezembro de 1946; EVOP, “Prece do Natal”, 144-146: 44]
Menino: o teu mundo [D, “Canção do mundo perdido”, 38: 19]
Menino: queres ser meu mestre? [D, “Canção inocente”, 67: 14]
Meninos, olhem [EVOP, “Didáctica”, 59-60: 52]
Meu adeus à poesia há-de ser triste [EVOP, “Meu adeus à poesia”, 49: 12]
Meus amigos de infância, amiguinhos da escola [EVOP, “In-Extremis”, Outubro e Novembro de 1935: 60]
Morta a infância, o que restou [D, “Elegia da infância”, 80: 20]
Mortos: - hoje vocês [EVOP, “Sete vigílias”, 110-112: 40; tb. C/L 2]
Na cidade, quem olha para o céu? [“Suplemento literário” do Diário de Lisboa de 8 de Março de 1935; “Cidade”, 55: 14]
Na porta havia uma cruz [EVOP, “Romance dos romances”, 130-131: 31]
Nasci de madrugada [“Suplemento literário” do Diário de Lisboa de 6 de Novembro de 1969; “Canção biográfica”, 587/588: 32]
Nessa pátria mentida [O Primeiro de Janeiro , 25 de Outubro de 1944; EVOP, “A viagem foi calma”, 71-72: 20]
Nessa terra os políticos [EVOP, “Memória”, 97: 8]
Nunca tive irmãos.* [O, “Uma ponta do véu”, 1939, 42-43: 45].
Não foi por nada, não, que me disseram: - Vem! [FD, “Herói, 1932, 95: 6]
Não invejes as glórias [presença, nº único, Março 1977: “A um amigo”, 15: 16]
Não invejo quem possa merecer [D, “Aroma”, 30: 7]
Não podemos fixar os olhos das crianças. [Cadernos de Poesia , nº 1, 1ª série, 1940; EVOP, “Aproximações”, 12: 12]
“Não queiras ser moderno” [presença, nº único, Março 1977: “A um amigo”, 15: 12]
Não sei o que produz, mas é enorme [FD, “A fábrica que eu canto”, 113: 19]
Não sentes o que eu sinto, embora tentes [D, “Abismo”, 32: 14]
Não suspeita o condão da doença venérea [FD, “Como num sonho mau”, 1935, 105: 12]
Nasci de madrugada. [EVOP: “Canção Biográfica”, 5-6: 32]
No ar azul da madrugada [EVOP, “E no seu nome esperarão as gentes”, 141-142: 28]
No átrio do sono [BTNV, 145: 6]
No labirinto [BTNV, 162: 8]
No pátio da escola, alheios a tudo [D, “Recreio”, 34: 18]
Nós sabemos que é grave o que se passa [EVOP, “Paisagem”, 123: 19]
Nós temos uma história [BTNV, 167: 8]
Nós vamos ver a deusa [EVOP, “Romagem”, 98-99: 24]
Noutro país, noutro país qualquer [EVOP, “Europa”, 104-105: 25]
Num veleiro chegou aquele dia [D, “O que não aconteceu”, 63: 14]
Nunca tive irmãos. [Ocidente, nº 12, Abril de 1939; EVOP, “Uma Ponta do Véu”, Lisboa, Abril de 1937: 45]
O Anjo das Trevas [BTNV, 153: 9]
O bombardeiro [BTNV, 186: 7]
O cego deu à manivela [D, “Epigrama”, 81: 6]
O drama mais triste [BTNV, 156: 5]
O estudante que nunca estuda nada [FD, “Teia”, 1935, 100: 9]
Ó felizes vindouros [EVOP, “Epístola aos vindouros”, Agosto de 1949, 171-175: 100]
O homem foi para longe [“Suplemento literário” do Diário de Lisboa de 6 de Novembro de 1969; “Variante”, 587/588: 10]
O Leitão da Renascença* [APPES, “A partida do Leitão”, 394-395: 36]
Ó luminosa [BTNV, 157: 12]
O mais secreto, o mais íntimo [BTNV, 166: 5]
O nosso drama de portugueses [Cadernos de Poesia , nº 1, 1ª série, 1940; EVOP, “Anti-soneto”, 31: 14]
O que dizemos [BTNV,169: 12]
O pescador de essências [BTNV, 124: 4]
O povo é sempre ignorado [Acção, nº 16, 7 de Agosto de 1941; EVOP, “O povo”, 89-90: 24]
O santo verdadeiro será esse [BTNV,139: 12]
O tempo que em palavras se dispersa [D, “Réptil”, 73: 14]
Ó varina, passa [FD, “Varina”, 1929, 93-94: 30]
Oh! a memória visual* [Civilização, 153: 32]
Oh! em plena desordem [EVOP, “Sem título”, 117-118: 20]
Oh, espera humildemente [BTNV, 165: 4]
Oh, que viscosas faltas [EVOP, “Discurso”, 9 de Março de 1946, 102-103: 20]
Onde está a graça [BTNV, 187: 10]
Onde estará esse leitor [BTNV, 136: 7]
Os dedos são para os plásticos [BTNV, 178: 8]
Os poemas de amor [D, “Cantilena”, 77: 21]
Ouvir a tua voz, outrora, era o bastante [D, “Uma história vulgar”, 49-50:25]
Passaram anos por cima [BTNV, 160: 9]
Penso [BTNV, 127: 6]
Pequenas coisas [EVOP, “Pequenas Coisas”, 46-47: 20]
Podes dormir. Podes dormir, serena* [“Suplemento literário” do Diário de Lisboa de 8 de Março de 1935, “Capricho”: 10)
Poeta, de verdade [BTNV, 163: 9]
Poetas: esperemos com paciência! [D, “Profecia”, 51: 6]
Por cima dos telhados [EVOP, “Ciclone”, 121-122: 32]
Por ser tão leve o teu passar [D, “Pastoral”, 33: 20]
Por tudo o que me deste [D, “Canção grata”, 79: 13]
Por vós, coetâneos [BTNV, 164: 11]
Porque estavas ali? Como eras assim?! [D, “Marinha”, 40: 15]
Porque me entristeces tanto [D, “Adagio Cantabile”, 43: 20]
Porque vieste? –Naõ chamei por ti! [D, “Apelo à poesia”, 64-65: 30]
Português e vivo [BTNV, 131: 4]
Possesso consciente [FD, “Depois”, 110: 13]
Povo bom e sério [EVOP, “Mãe-povo”, 1937, 85-88: 56]
Preceito bom [BTNV, 173: 8]
Presente: - um sonho imaturo! [BTNV, 143: 5]
Pudesse, alguma vez, est’ alma inquieta [D, “Impossível”, 48: 13]
Qualquer coisa no escuro [BTNV, 129: 8]
Qualquer coisa por mim espera. [EVOP, “Porto de mar”, 81-82: 24]
Quando a vida está doente [BTNV, 122: 5]
Quando eu era criança, um militar [FD, “Canção ingénua”, 111: 10]
Quando soou a campainha [BTNV, 138: 8]
Quanto resta, eis aqui, d’ alguma experiência [FD, “Inventário”, 99: 12]
Quantos olhos há na praça [Panorama , nº 25-26, 1945; EVOP, “Romance do cavaleiro tauromáquico”, 91-93: 60]
Que a tua carne sofra ou goze [D, “Sete caprichos para ela”, 56-62: 72]
Que insónia me revela [D, “Adolescência”, 72: 18]
Que os teus ímpetos amansem? [EVOP, “Teatro”, 134: 16]
Que pouco-imenso falta à minha vida [FD, “Quase tudo”, 1933, 90: 11]
Que sei de ti, Rimbaud, mais do que desde [Aventura , nº 2, Agosto de 1942; EVOP, “Ode a Arthur Rimbaud”, Junho de 1942, 32-37: 105]
Que silêncio embala [BTNV, 170: 8]
Que trajectória complicada [BTNV, 119: 9]
Que triste ver alguém atravessar [FD, “Elegia da Virgem morta”, 112: 8]
Quem estuda solfejo [presença, nº único, Março 1977: “Presto”, 15: 14]
Quem sabe se era [BTNV, 140: 6]
Quem me fez mal durante o dia? [FD, “Que bom seria!”, 1935, 103: 15]
Quem olha para trás, volta a cabeça” [D, “Jardim”, 31: 19]
*Quem passa, vai tão só que me faz medo [A, nº 1, “Brinquedos d’Outro Mundo”, 1942, 66; At., nº 1, 1942].
Quem se orgulha do seu canto [BTNV, 174: 12]
Redondilha, redondilha [O Instituto , nº 109, 1947; EVOP, “Ciclo de redondilhas”, 148-155: 96]
Repouso a minha fronte [D, “Canção fatigada”, 74: 16]
Rítmicos dedos desenrola [BTNV, 133: 5]
Sabe-me a sonho [D, “Sugestão”, 25: 16]
Se de Camões o Espírito, algum dia [Presença , nº 37, Fevereiro de 1933; EVOP, “Epigrama”: 8]
Se estou ainda preso à realidade [BTNV, 176: 9]
Se eu tivesse nascido [FD, “Província”, 1928, 98: 10]
Se me sobrevivesse, imperecida [“Suplemento literário” do Diário de Lisboa de 8 de Março de 1935; D, “Último soneto”, 78: 14]
Se os doidos não sabem [EVOP, “Bailata dos doidos”, 14 de Setembro de 1946, 114-115: 20]
Se os doidos não sabem [“Suplemento literário” do Diário de Lisboa de 6 de Novembro de 1969; “Bailata dos doidos”, 587/588: 19]
Segredos de sangue [BTNV, 175: 6]
Sem palavras, sem gestos, sem um esforço [D, “Intervalo”, 39: 12]
Sempre a pensar na morte [FD, “Indesejáveis”, Setembro de 1934, 101-102: 23]
Sempre que leio nos jornais [D, “Desaparecido”, 23: 16]
Sempre que uma insólita [BTNV, 142: 6]
Senhores governantes [EVOP, “Carta para cima”, 106-107: 24]
Silencioso e tranquilo [D, “Marcha quase fúnebre”, 26: 15]
Só com bons sentimentos [BTNV, 179: 4]
Sonho de engenheiro [BTNV, 150: 32]
Surge, acaso, o Autêntico [EVOP, “Autêntico”, 143: 16]
*Talvez digas: - Mais uma fantasia [MP-I, “1º de Maio”, 152-153: 30]
Talvez, talvez... (Ai, esta voz) !... Talvez [FD, “Talvez”, 1931, 92: 13]
Tem um som de cristal [BTNV, 144: 7]
Temas que andais no ar [BTNV, 125: 12]
Tirem-nos tudo quanto tenha [BTNV, 149: 4]
Toda a gente dizia que ele havia [D, “Legenda”, 24: 8]
Todos bebem o seu vinho [D, “Ex-libris”, 46: 6]
*Transportam-me à infância os sinos da igreja [Pa, “Desencanto”, 22].
Tu pedes-me a vida toda [EVOP, “Litania”, 1935, 50-51: 26]
Tudo agora é breve [EVOP, “Canção depressa”, 132-133: 26]
Um dia, em pleno dia [FD, “Dedo”, 1935, 104: 20]
Um dia, serei alegre! [FD, “Promessa”, 1931, 96: 21]
Um frouxo movimento pendular [BTNV, 123: 5]
Um tédio, misto de bolor e azebre [Momento , nº 8, 2ª série, Abril de 1935; EVOP, “Difícil”, 30: 14]
Um violino geme [D, “Barcarola”, 47: 16]
Uma fria neblina já reveste [D, “Troféu”, 42: 14]
Vai a passar um regimento [D, “Marcha militar”, 66: 16]
Vamos todos atados uns aos outros. [BTNV, 152: 7]
Varina [D, “Desenho”, 69: 19]
Vem cá, vem cá [Revista de Portugal , nº 6, 1939; EVOP, “Conjuro”, 21-24: 70]
Venho da vida, livros. [EVOP, “Biblioteca”, 54-56: 40]
Ver só com os olhos [BTNV, 135: 4]
Vertigem dos fundos [BTNV, 134: 6]
Viver! – O corpo nu, a saltar, a correr [D, “Ode pagã”, 70-71: 20]
Voltarei para trás, voltarei para trás... [EVOP, “Fogo posto”, 69-70: 38]


2. Dedicações electivas & epigrafias

Não pode o Poeta ser taõ enxuto que não aponha a sua inscrição amiga ou o seu agradecimento por justas palavras ou a sua admiração desangustiada por vozes influentes. Assim, elenco por ordem alfabética os nomes a quem Carlos Queiroz dedicou poemas:

Afonso Duarte (EVOP: “Conjuro”)
Arthur Rimbaud (EVOP: “Difícil”)
Charles David Ley (EVOP: “Aproximações”)
Eduardo Pinto da Cunha (EVOP: “Escafandro”)
Fernando Pessoa (EVOP: “O Amigo”)
João Gaspar Simões (EVOP: “Biblioteca”)
Pedro de Moura e Sá (EVOP: “Uma Ponta do Véu”)
Ribeiro Couto (EVOP: “Análise”)

Na epígrafe vai o Poeta e a sua alma. Nem muitas maculam a originalidade queiroziana. Ainda assim, algumas:

Arthur Rimbaud (D: « Oisive jeunesse / A tout asservie, / Par délicatesse / J’ ai perdu ma vie. » ; EVOP : «J’ai cru acquérir des pouvoirs surnaturels. », Une Saison en Enfer )
Eminescu (BTNV : « É muito fácil fazer versos, / Se nada temos que dizer. »
Hölderlin (BTNV : « Os pensamentos do Espírito universal / Têm o seu calmo coroamento na alma do poeta. » )
Pascoaes (BTNV: « ... E assim como o Senhor não conheceu a Cruz, Ignorante de versos é o Poeta. »)
«Poesia nunca mais venhas assim, / Não sejas como a morte. »
S. Mateus, XII-21.


3. Pioneirismo nos territórios da crítica & novos desenvolvimentos

As vozes críticas não são ainda copiosas a respeito de Carlos Queiroz. Tal exiguidade, ao pensar-se na grandeza e originalidade poéticas do escritor, nem apouca, antes engrandece. Uma reflexão continuada de um trajecto poético traz quase sempre uma enervante repetição de lugares-comuns, que, sem nada avançarem de novo, obstaculizam ou distraem. Não acontece assim com os escritos a respeito da genialidade queiroziana, que quase sempre trazem consigo uma originalidade e juventude inatacáveis.
Diversa na qualidade, a recepção crítica de Carlos Queiroz, da sua obra completa, impõe que se vá fazendo uma diacronia, para melhor se ver o que assim dito ainda pouco mostra.
Eis o conjunto incompleto de autores e críticos que desde a década de trinta até aos nossos dias, que eu saiba sem sair do quarto e sem procurar mais (o tempo não permite outras aposições), prestaram atenção ao fulgor criativo queiroziano:

. 1 de Novembro de 1935: Joaquim Manso, “Carlos Queiroz – uma afirmação poética”, in “Suplemento literário” do Diário de Lisboa.
. Janeiro de 1938: Fernando Pessoa, “Desaparecido”, in Revista de Portugal, nº 2 (Coimbra).
. 9 de Dezembro de 1948: Vitorino Nemésio, “Um Tratado Poético”, in Diário Popular (Lisboa).
. 2 de Novembro de 1949: António Ferro, “[Lembrança]”, in Diário Popular.
. 2 de Novembro de 1949: José Régio, “[Apreciação]”, in Diário Popular.
. 2 de Novembro de 1949: Luís Forjaz Trigueiros, “[Na Morte de Carlos Queiroz]”, in Diário Popular.
. 1958: Vitorino Nemésio, “À Memória de Carlos Queiroz”, in Conhecimento de Poesia, Salvador, Publicações da Universidade da Bahia, pp. 218-220 e 223-226.
. 1950: Luís Forjaz Trigueiros, Sombra do Tempo.
. 1960: Pedro de Moura e Sá, “[Depoimento]”, in Vida e Literatura, Lisboa, Livraria Bertrand, pp. 251-254.
. 1962: Jorge de Sampaio, “Breve tratado de não-versificação de Carlos Queirós – Ensaio de Interpretação”, in Panorama, nº 2, IV Série, 1962.
. 1966: José Gomes Ferreira, “[Convivência com Carlos Queiroz]”, in A Memória das Palavras, Lisboa, Portugália Editora, Lisboa, pp. 171-180.
. 1966: Jorge de Sampaio, A Poesia de Carlos Queiroz, Lisboa, Edições Panorama.
. 1966: David Mourão-Ferreira, Hospital das Letras.
. 6 de Novembro de 1969: Cabriele Brustoloni, “Carlos Queiroz: como na vida esquecido”, in Diário de Lisboa.
. 1974: João Gaspar Simões, “[De um <>]”, in Retratos de Poetas que Conheci , Porto, Brasília Editora, pp. 207-210.
. 1984: David Mourão-Ferreira, “Prefácio”, in Desaparecido e Breve Tratado de Não-Versificação, Lisboa, Edições Ática, pp. 9-18.
. 1989: David Mourão-Ferreira, “Prefácio”, in Epístola aos Vindouros e Outros Poemas, Lisboa, Edições Ática, pp. IX-XII.
. 1989: David Mourão-Ferreira, Os Ócios do Ofício.
. 1991: António Ribeiro dos Santos, “Carlos Queiroz. Epístola aos vindouros e outros poemas”, in Colóquio/Letras, nº 120, Abril-Junho, pp. 199-201.
. 2001: João Bigotte Chorão, “QUEIRÓS (Carlos)”, in Biblos, vol. 4, Lisboa, Verbo.
. 2002: Eugénio Lisboa, “Carlos Queirós (1907-1949)”, in Mealibra, nº 10, série 3, Julho , pp. 129- -130.
. 2002: António Manuel Ferreira, “Carlos Queiroz na Presença”)”, in Mealibra, nº 10, série 3, Julho , pp. 132-134.
. 2002: Fernanda Barrocas, “Reverberações da poesia de Carlos Queiroz”)”, in Mealibra, nº 10, série 3, Julho , pp. 135-
. 2002: Fernando J. B. Martinho, “Carlos Queiroz e o Modernismo”)”, in Mealibra, nº 10, série 3, Julho , pp. 139-143.

Outros títulos estão no meu olhar. O tempo, no entanto, pede um silêncio que combaterei nas dobras dos dias.

4. Felizmente, plural

Este é uma caso de poeta plural, isto é, de homem cultural com o fascínio rodando em volta, imerso em reportagens, criticismo plástico e musical, reflexões sobre turismo ou literatura, sempre poeta crepuscular a redescobrir. Não incido agora na multiplicidade desse saber diferente em face dos “mistérios insondáveis / Deste mundo e do outro.” Guardo essa vontade para outra viagem contra as estantes do meu quarto. Então dir-te- -ei, caro leitor, que...

5. Dizeres & desdizeres: novos rumos, novos textos

A obra de Carlos Queiroz é hoje ainda – e quanto isso soa estranho, se se pensar na sua indesmentível qualidade artística – um work in progress, que espera a total reunião de dispersos. Sendo difícil nada escapar aos olhos perquiridores, entrego aqui ao jornal Navio-Farol, na homenagem sentida de quem lhe quer com o corpo, um poema que rebusquei na revista Civilização e que terá passado aos olhos porfiosos do Professor e Poeta David Mourão-Ferreira e que não encontrou, por ora, publicação em livro. Assim aconteça a obra poética completa de Carlos Queiroz, para que este poema tresmalhado – importante poema, sublinho – encontre o leito desejado. Estendo o mesmo desejo à sorte póstuma das restantes novidades que transcrevo ainda mais à frente.
Digo neste passo que tudo o que reputo de essencialmente novo vai por mim assinalado com um asterisco, para que melhor avulte quão pouca novidade as minhas palavras transportam e quão importantes são as palavras dos outros para o órfico ofício da desocultação. Segue o poema nunca publicado em livro e desemparceirado da restante obra poética que David Mourão-Ferreira coligiu para a Ática, que aqui registo e entrego à luz do dia, ciente, no sentido de Klaas Huizing, de que a ciência só ganha em “continuidade e constância com o apogeu da arte da leitura correcta, isto é, da filologia” (O Bebedor de Livros). Como o procuro fazer, aliás, nesta transcrição sem dor:

Canção da Lembrança

I II

Oh! a memória visual Daquela ave o incerto voo
Das coisas que nos são queridas, Depois de f´rida numa asa,
Tão levemente coloridas, Que foi sentido só em casa
Tão cheias d’ alma, d’ irreal! Quando a memória o recordou...

No mar, ao longe, reflectidas Aquel’ navio que saía
A luz trémula de frio... A barra, todo iluminado,
O rumoroso, incalmo rio, E agora sendo recordado
Lembrando sempre, ao poeta, a vida... É belo mais do que par’ cia...

Como suaves nos afagam Ternos motivos de saudade
Os olhos quási diluídas... Que outrora fomos em criança,
E nos refrescam os sentidos E tem agora, na lembrança,
E de ternura nos alagam! Como que mais sinceridade...

O campo, à tarde, quando o verde Oh! a memória visual
Em sombra, lento, se dissolve, Das coisas que nos são queridas
Se ao nosso estar lembrando-o volve, Tão brandamente repetidas.
Como se esvai, como se perde! Tão cheias d’ alma, d’ irreal!

Do mesmo modo que o anterior, terão escapado ao respigo de David Mourão-Ferreira os seguintes dois poemas, transcritos a partir do “Suplemento literário” do Diário de Lisboa de 8 de Março de 1935:

QUIROMANCIA

Já não inspira compaixão,
O teu gesto, mendigo esfarrapado:
Na palma da tua mão
Lê-se a palavra “civilização”,
- Não se lê a desgraça do teu fado.


CAPRICHO

Podes dormir. Podes dormir, serena,
Como dormias em pequena,
Depois da benção maternal.
Não rezaste? – Não rezes, não faz mal!
Há um condão em ti,
Há um halo divino, que eu bem vi
Na tua fronte, a iluminar-te o berço,
À flor das ondas, nesse mar que existe...
(Não digas que nunca o viste!)
Suspenso no Universo.


6. Umas poucas palavras sobre o poeta & a obra

Autor de Desaparecido (1935), Breve Tratado de Não-Versificação (1948), Epístola aos Vindouros e Outros Poemas (1989); colaborador em jornais e revistas com obra poética e não só (Acção, Atlântico, Aventura, Cadernos de Poesia, Civilização*, Diário de Lisboa, Diário Popular, Estudos, Litoral, Momento, O Instituto, O Primeiro de Janeiro, Ocidente, Panorama, Presença, Revista de Portugal, Vamos Ler e Ver e Crer), antologiado em criteriosas colectâneas poéticas ( ver 6. 1.) e director competente de Litoral e de Panorama, Carlos Queiroz é um poeta que importa conhecer profundamente. Por dentro, na espessura grácil de um conjunto poético que encontra ainda a sua verdadeira dimensão. E, no amanhã poético que o tempo prepara, pergunta- -se pelo paradeiro da anunciada colectânea inédita Cicatrizes.

6. 1. Eis as antologias caseiras de que me sirvo, outras havendo por aí com outras inscrições. Assim:


I. Enzio Vólture e Gino Saviotti, Poeti Moderni Portoghesi , Lisbona, Edizioni di “Estudos Italianos de Portugal”, 1942: poemas “Villagio”, “Sparito” e “Croce Del Nord”.
II. Fernando Pessoa e António Botto, Antologia de Poemas Portugueses Modernos, Coimbra, Editora Nobel, 1944: poema “Mãe-povo”.
III. Cabral do Nascimento, Líricas Portuguesas, 2ª série, Lisboa, Portugália Editora, 1945: poemas “E no nome esperarão as gentes” e “Autêntico”.
IV. Cabral do Nascimento, Colectânea de versos portugueses do século XII ao século XX , Lisboa, Editorial Minerva, 1964: poema “Aranha”.
V. Orlando Neves e Serafim Ferreira, 800 anos de poesia portuguesa, Lisboa, Círculo de Leitores, 1973: poemas “Apelo à poesia”, “Erótica”, “Réptil” e “Teatro da Boneca”.
VI. David Mourão-Ferreira, Portugal. A Terra e o Homem. Antologia de Textos de Escritores do Século XX , II volume, 1ª série, Lisboa, Edição da Fundação Calouste Gulbenkian, 1979: poemas “Varina”, “Nocturno” e “Romance do Cavaleiro Tauromáquico”.
VII. Maria Teresa Arsénio Nunes, A Poesia da Presença, Lisboa, Seara Nova – Editorial Comunicação, 1982: poemas “Neblina”, “Conceito”, “Soneto”, “7 caprichos para ela”, “Novela curta”, “Ex-Libris” e “Epigrama”.
VIII. Inês Pedrosa, Poemas de Amor. Antologia da Poesia Portuguesa, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2001: poema “Canção grata”.
IX. Celia Ruiz Ibáñez, Poesia portuguesa para crianças. Antologia, Albarraque, Girassol, 2002: poemas “Varina” e “Libera me”.
X. Osvaldo Manuel Silvestre e Pedro Serra, Século de Ouro. Antologia crítica da poesia portuguesa do século XX , Braga – Coimbra – Lisboa, Ângelus Novus & Cotovia, 2002: poema “Apelo à poesia” lido por F. J. Vieira Pimentel.


Interrompo o canto. Não há como prosseguir esta rota filológica dentro do meu quarto que ainda habito. O espaço diminui a noite breve que avança. Cedo ao cansaço e ao desejo nítido de aqui ou na biblioteca do fundo completar estas veredas operativas. Há em Carlos Queiroz “una tendenza allá gentilezza idillica” que é inexplorada originalidade. Quem a vem ler no calor dos versos?

5 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

e neste terraço assim "construído" com mãos de ave trepadora lá uma sabedoria não idilica. antes ascencional. e generosa....
sento-me.

leio. re.leio.

saboreio.

e agradeço.
muito.

beijo. Martim.

Anónimo disse...

Grande Poeta e tão pouco lido!

Anónimo disse...

O desenho que representa Carlos Queiroz é fabuloso. Beijos...

porfirio disse...

boa noite

:
outro
«desaparecido»
de
«incerto voo»
aqui recuperado
.

abraço

Anónimo disse...

Obrigado pelo "corpus".
A interrogação em "p.n.?" que significado tem?
Passei a paulo neto interrogado?
Acessório e/ou atributo antroponímico?
Título dubitativo pós-posto ao sujeito?
Cada vez acho mais piada à vida, porque a vida tem pessoas com piada...
Obrigado, sem ! nem ?.