TEMPO DE AGORA
Este é o tempo de agora. Cheio de
enganos, este é o nosso tempo. Está tudo acabado. Nem falta o regresso a casa e
o desalento. A contradição rasga a terra há décadas e tudo se fez para nada
haver. Tudo é estrangeiro, tudo é estranho. Os rótulos apensos aos frutos
vindos à mão o vão anunciando, sem rigor ou desprimor.
Reforme-se o país, que reformadas
estão as duas primeiras figuras do estado, com tantas outras anichadas em
volta.
Em outros tempos, o desterrado da
Quinta da Tapada, Sá de Miranda, pregava o regresso à agricultura. O próprio
Castilho, bem mais recentemente, aconselhava os falhados órfãos das
universidades, com voz tonitruante: “torna-te às terras que batatas criam”.
No tempo de agora, fica a
perplexidade de não haver sítio a que regressar. E isto incomoda como ouvir
falar de mais políticas de austeridade. Para quê, fazedores do nada?
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