2012-09-01

Desconfiança



Nada se faz sem avaliação, dizem. Sobre o ativo laboral impende uma espada, que é a desconfiança. Outrora, bem mais do que hoje, havia margem para o erro, para a aprendizagem, para a reformulação, para a criatividade. Toda essa valia se transformou em cálculo, em defesa, em domesticação, em evidência (aquilo que, afinal, se não vê, por evidente!), em norma, em sufoco. Uma guideline vale mais do que a diferença.
Que estranha seita invadiu o país e o matou? Quem investiu estes cientistas do vazio, do opróbrio e da humilhação? Estranhamente, a resposta é simples, e não parece que os instituidores procedam do camoniano “honesto estudo” ou do “bom estudo” tão lidimamente propugnado pelo nosso Rei filósofo.
O País sabe que a avaliação não é infalível e que, como o diz Frei Fernando Ventura, não há inevitabilidades. Não podemos ensurdecer assim. Quem nos quer concessionar trabalha para a águia imperial alemã e vende-nos uma culpa que não é nossa. A desconfiança caiu na ágora. E agora?

Sem comentários: