DEMISSÃO
E agora o tempo acabou. Todo e qualquer
experimentalismo ficará por Chicago e nem os ganhadores da contenda aceitarão
tão estranha oferta. Pisar o rasto humano, a luta ancestral pelos mínimos patamares,
a escassa dignidade, são pegadas que ninguém vai esquecer. Que vezo de
irracionalidade em vós, poder do tempo da peste, que por canhestro cinismo
haveis pensado em instrumentalizar o povo, diminui-lo, humilhá-lo sem paralelo
e, depois, pisá-lo.
Abandonai o país. Trilhai o
caminho sugerido aos nossos irmãos, filhos e amigos. Abdicai de um poder que
não vos pertence mais, uma vez que a dominação proposta é um desonesto fascismo
dessorado.
O critério existe sem vós. Agora
sois ganga, mero acessório de nada e fútil festival de inanidade. E, se por
cima de tudo e de todos haveis passado, é a hora da coragem demissionária.
Ninguém vos quer, ninguém dará pela vossa morte, ó remanescentes “cortesãos da
obscuridade”. Este é o memorando difícil que é a vossa dor. Sair, já, sem olhar
para trás, eis a coragem que vos acena.
Perto, o povo assiste. Acena
alegre. E esquece.
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