A PALAVRA QUE NÃO HÁ
Em exercício inaudito, advogava o
ministro Gaspar que deveríamos ser felizes sem causa, amarrando-nos ao
cesariano “gosto absurdo de sofrer”. Nada de mais tenebroso e injusto, e
certamente que o ainda detentor da pasta das finanças padece de lateralismo ou
de torturante maleita.
Como Scythrop de Peacock, o
sobraçante da pasta parece ter voltado sem nada na cabeça. Na azáfama de tudo
cortar, possa Gaspar cortar a língua de Passos Coelho, verdadeiro case study da pragmática linguística –
apreciem-se os bordões por ele utilizados e as vultuosas contradições
discursivas em apertado espaço de tempo. O primeiro Passos apresenta tais
sinais exteriores de riqueza mentirosa que, por certo, verá tão elevado e
continuado pecúlio ser taxado pela sanha “Gasparina”.
No pesadelo, sem palavra, um
irreconhecível Portas perde, de uma assentada, todas as bandeiras
reconhecíveis. É um estado submarino que é ironia e fatal destino.
Assim imersos, estes fracos
atores anunciam com a sua morte uma paixão de reformar o mundo. Está nas nossas
mãos fazê-lo bem.
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