AO CONTRÁRIO DO QUE TEMOS: APRENDER COM ANTÓNIO OSÓRIO
António Osório é um enormíssimo poeta. Diz assim o escritor, em entrevista a Carlos Vaz Marques para a última revista "Ler":
"Nós tínhamos uma casa muito jeitosa, que o pai arranjou em Setúbal, precisamente por causa da minha doença. Então ele - e muito bem, porque era uma pessoa culta - ao sábado de tarde (quando não tinha o cartório notarial), depois de almoço, num jardim muito simpático que a casa tinha, organizava uma sessão de poesia. Foi assim que conheci um bicho chamado Luís Vaz de Camões, que foi para mim uma revelação e com quem descobri a minha língua."
Infelizmente hoje já não há nada para descobrir. O país afunda a olhos vistos e toda a gente sabe que quem manda em Pedro Passos Coelho é o senhor Relvas e o Engenheiro Ângelo Correia; mais sabe que quem manda no governo é o plenipotenciário professor Borges, muito cedo dispensado do FMI por inadaptidão e incompetência.
Um governo que funciona assim nunca funcionou e só as ataduras dos interesses lhe permitem a ténue sustentação.
As lições dos poetas ensinam a revelação e a descoberta. A solução está aí, na poesia que o povo quer.