Ao Carlos Monteiro, espectador privilegiado
a dita da cidade é a desesperança
agora que a festa está na água
na torrente cuja lama é pântano
na serpentina dentro da boca
afagando o marfim a lâmina.
um dia os fautores e a corja
banidos da ágora aí mergulharão
na piscina pobres palhaços
sem orquestra diluvianos.
esta é a estrada do nada
estranha via cansada rouca
cópula bamba na corda mole.
na máquina e no vidro quem
de tão frios os dedos as mãos
vem dar pousio à dor à bizarra
azáfama sem verdade?
do sol uma lâmina pende
como morta a obra está
agora que jaz perdida
decepada do mistério.
um pio derradeiro de coruja
incontroverso intestinal
um dejecto cai na dita cuja.
5 comentários:
... tanta desesperança também é verdade!
Bom Natal, Martim
Beijo
Assim com poesia embelezada, há-de alguém pensar que a dita até é... bela.
Finalmente, uma piscina pública aí por Viseu?
boas festas
jocas maradas e natalicias
e a montanha pariu um rato...
(vitor)
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