2006-06-12

faz um ano que a morte

faz um ano que a morte
e nem por isso o homem
se aproximou da pureza.
indistinto nem sonho cobre
o vinagre da burocracia.
cego o funcionário funciona
podre da alegria do embalo.
em volta os senhores e os decretos
escrevem com voz cinzenta
e os chefes da mesma carne
aplicam ciosos o receituário,
com adendas e tudo.
no ritual mudo funcionário
um canário ri da prontidão.
nunca assim estendidos no chão
serão como os corpos de eugénio.

6 comentários:

porfirio disse...

:
sempre na memória
.

abraço amigo

Anónimo disse...

Grande fotografia e poema muito bonito... Boa-tarde!

alice disse...

boa tarde, martim

deveras sensibilizada com a tua visita

não me atrevo a comentar o teu post

adorei ler, só isso

beijinho do coração

alice

Ai meu Deus disse...

Tinha um cravo no meu balcão;
veio um rapaz e pediu-mo
--mãe, dou-lho ou não?

Sentada, bordava um lenço de mão;
veio um rapaz e pediu-mo
--mãe, dou-lho ou não?

Dei um cravo e dei um lenço,
só não dei o coração;
mas se o rapaz mo pedir
--mãe, dou-lho ou não?

Su disse...

boa noite. deixo.te um beijo


jocas maradas de dias

Anónimo disse...

Senti-me honrada tendo a imagem de Salvador Dali com a poesia de Virgínia Victorino reproduzida em seu blog, que é ótimo. Eventualmente mantenho contato com Jorge Pereira de Sampaio, dono do Café Tertúlia, em Alcobaça, que está escrevendo um livro sobre Virgínia. Abraços.