2007-04-15

explosão

na cidade não há relógios
e a praça há muito ardeu.

há só esta decrépita gente
arrastando assim os corpos
contra o espelho e a chuva.

dura nas artérias uma pedra
da torrente esmaga o coração.

explode longe um pastor peregrino.

na varanda os olhos nada dizem.

13 comentários:

Vladimir disse...

do teu poema transparece a angústia em que vive o interior do país. muito bem retratado...adorei...

Susana Miguel disse...

compreendo «na varanda os olhos nada dizem»,
é como que um rasgar azul na solidão.

Há muito que ando para o dizer:
um abraço pelas palavrinhas
lá no canto das cigarras:)

Susana Barbosa disse...

explodi nas palavras tuas.
bjs

Anónimo disse...

Bela visão dos tempos de hoje!

hfm disse...

como sempre para além da beleza num crescendo explosivo!

isabel mendes ferreira disse...

e quem precisa deles (os olhos) quando a voz assim incide?


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beijo Martim.

teresamaremar disse...

As palavras na Primavera a explodir...

Deixei msg no Kaligraphias

veritas disse...

Os olhos nada dizem, expectantes, fatigados...macera-os a decrepitude, afasta-os a dureza...

Bjs. Boa semana.

Anónimo disse...

Contra o definhamento só esta poesia que é mais do que um aviso à miséria contemporânea. Abraço!

feniana disse...

sempre tão bom ler-te.

morffina disse...

Extremamente bonito ... mas que é que tens contra os Shoppings? :-)

Abraço
MF

Anónimo disse...

:))))))))))))descobri hoje uma excelente caligrafia....


não me inscrevi...por isso não dexei pegada...



.mas detive-me...de post em post...maravilhas que as aves tecem...
:))))))))))


Martim.

__________________isa.

Anónimo disse...

Este, sem desprimor para outros, toca-me mesmo. Obrigado!!!!