na cidade não há relógios
e a praça há muito ardeu.
há só esta decrépita gente
arrastando assim os corpos
contra o espelho e a chuva.
dura nas artérias uma pedra
da torrente esmaga o coração.
explode longe um pastor peregrino.
na varanda os olhos nada dizem.
2007-04-15
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13 comentários:
do teu poema transparece a angústia em que vive o interior do país. muito bem retratado...adorei...
compreendo «na varanda os olhos nada dizem»,
é como que um rasgar azul na solidão.
Há muito que ando para o dizer:
um abraço pelas palavrinhas
lá no canto das cigarras:)
explodi nas palavras tuas.
bjs
Bela visão dos tempos de hoje!
como sempre para além da beleza num crescendo explosivo!
e quem precisa deles (os olhos) quando a voz assim incide?
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beijo Martim.
As palavras na Primavera a explodir...
Deixei msg no Kaligraphias
Os olhos nada dizem, expectantes, fatigados...macera-os a decrepitude, afasta-os a dureza...
Bjs. Boa semana.
Contra o definhamento só esta poesia que é mais do que um aviso à miséria contemporânea. Abraço!
sempre tão bom ler-te.
Extremamente bonito ... mas que é que tens contra os Shoppings? :-)
Abraço
MF
:))))))))))))descobri hoje uma excelente caligrafia....
não me inscrevi...por isso não dexei pegada...
.mas detive-me...de post em post...maravilhas que as aves tecem...
:))))))))))
Martim.
__________________isa.
Este, sem desprimor para outros, toca-me mesmo. Obrigado!!!!
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