no chão da infância lembro os ossos
afundados na areia e o vento breve
segredando ao ouvido um poço fundo
a haver como se o listado dos panos
fosse uma girafa no quarto de brincar.
também na chuva do pátio um relâmpago
e o marulhar do sangue as negras sombras
longe ainda do abismo dos dias da secura
no dorso da teia o toque dos sinos dentro
o coração mesmo fora da boca percutindo.
sei que então a chuva não molhava assim
e que o cabelo que penteava na sombra
era a única cinza fundida dentro do verão.
2007-04-12
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3 comentários:
inclino-me.
no pescoço de um verão que ameaça ser de água...
um beijo.
doce.
no quarto da memória.
repito-me, repito-me... gostei muito.
Absolutamente belo. Parabéns.
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