Estes escritos de Eugénio de Lisboa
haverão de constituir um dos mais importantes documentos memorialistas sobre a
cultura portuguesa do século XX. Compreendendo um espaço temporal entre 1955 e
1976, o nosso «maître à penser» escreve-se, no sentido de George Bernard Shaw,
apresentando-nos um quadro luminoso sobre a sua vivência moçambicana e conexa
aproximação às belas letras: desde o fascínio profundo com Fialho de Almeida,
passando pela rendida admiração por Reinaldo Ferreira e a estreita amizade com
Rui Knopfli, o fascinante encontro com Grabato Dias (António Quadros) e Zeca
Afonso, até tantas outras figuras maiores da «feira cultural laurentina» -
Alberto de Lacerda, João da Fonseca Amaral, Craveirinha, Virgílio de Lemos,
Glória de Sant’Anna…
Avultam ainda viagens sentimentais,
leituras, pensamentos e influências que nos ajudarão a melhor interpretar os
signos em volta. Tais marcas, fortíssimas, são aqui o pagamento de uma dívida
de Eugénio Lisboa à cidade de Lourenço Marques. Quem não quererá ter uma dívida
assim?
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