"do fundo dos dias vem o rasto dos répteis." [p. 45]
Vistos daqui, todos os dias são assim: um espesso emaranhado de répteis na boca e uma lâmina marcando o seu fim. Lúcidos, na mão todos os cristais refulgem, toda a campanha mineral irradia e, no entanto, a dureza do azebre nos dentes estaca os pequenos fulgores, os prazeres nítidos.
Vem o rasto que tu não vês. Nítido na pele cava o seu ninho e o pressuroso fogo dos olhos amacia o contacto que não sentes. Assim o exercício da insensibilidade que persigo em todos os dias vistos daqui.
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