2012-11-17

dos "Diários" de Al Berto - 2


"li muito. agora já não." [p. 216]

Devorado pelo livros deito-me debaixo das chuvas e deixo-me arrastar. Não voltarei a ser um escravo daquele mistério que paira em volta, daquele silêncio interrogante que rói até ao cerne. Das aves pouco mais do que todos os líquidos em que vou.

Deito-me no tempo. Uma pequena dor fende os ossos do braço direito e a página escreve-se. Um ardor irrompe da chuva e traz-me o sangue, este livro que sou e já não leio.

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