"Não consigo dormir, não sei se algum dia conseguirei dormir." [p. 40]
É impossível desfocar-me das palavras e do seu fogo. Todo o cansaço oficinal desaparece perante esse breve murmúrio de algas que me alaga os olhos. Dormente, o corpo fragilizado pelo tempo rebenta nos lumes e convida a mais abismos. Não durmo. Este fogo rebenta-me nos dedos e quaisquer cedências serão indesejáveis imperfeições.
Nem sei mesmo se alguém está acordado. Chegará o dia em que os olhos mais abertos ainda serão sol. Não dormir. Estar assim neste abismo.
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