2012-01-19

poema para rui costa

dos olhos nasce agora um mito
que arde no tempo. teu corpo
descansa nas algas no enxofre.
não mais os velhos banimentos
nem as admonições do tempo.
lobo e shelley assim marimorte
poetas encontrados rasantes
palavras diluídas nos seixos e
na explicitude desnuda das eras.
nas areias fecundam os ecos
e no sangue a poesia morre
porque dela escorre a vida.
um dia não haverá palavras.

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