2012-12-12

[o corpo aos peixes dou]


um grande peixe azul irrompe de clara víscera
e mineral observa a limpidez conatural da chuva
o frio ágil esgueirando-se na juntura da virilha.

toda a luz da noite que ressalta nos telhados
é aviso sibilino sobre os abismos que aí vêm –
as escamas na obliquidade dos líquidos fendem?

os olhos pestanejam contra ventos feros  bestiais
porque  não haverá coroa luminosa sem margens
assim desenhadas nas tuas costas  como rosas…

e de rosas um corpo de mulher me fende pende
do fogo um cristal fundente ilumina estes dedos
te tocam como na neve o fogo cicia o murmúrio.

agora morro de ti e nesta árvore expludo a morte.


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