"não me enganes
deixa que o voo da ave repouse no fundo do rosto" [p. 155]
Para mim as palavras voam e caem sobre as mãos declinadas. Cavadas na pele, torrentes de barro trabalham sem repouso à espera que tu moldes este corpo. E tu sabes e não me enganas, porque este voo é um fio de aço de que não te libertarás. Como um ouriço na estrada o perigo não existe, se não souberes que o animal o é e que no asfalto sopram ventos animais.
No fundo do rosto, eis uma ave que repousa já - o coração nas mãos pulsa e queima todas as lágrimas. Eu agora um rio.
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