['epigrama', in Rui Knopfli, "O país dos outros", 1959]
Os teus lábios, digo-te, não são doces
como mel.
(O mel
acaba por enjoar).
Mas são doces, os teus lábios, digo-te.
Mas doces como quê?
Ora, doces como eles são.
Doces?
Sim, olha, doces como o pão
que todos os dias comemos
sem fartar.
Mas são doces, os teus lábios, digo-te.
Mas doces como quê?
Ora, doces como eles são.
Doces?
Sim, olha, doces como o pão
que todos os dias comemos
sem fartar.
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