do olhar uma vertigem uma viela suja
e dos currais só o cheiro a velha morte.
nada interessa dentro do pântano assim
e nem as velhas aldeias ao acaso do rito
hão-de abraçar a sumptuosidade do acto.
quem quiser que o queira e na funda dor
acorde do rito o veneno saia castrador
como um enigma no verniz da usurpação.
pelos vinhos o sangue nas veias avisa que
das cinzas os poetas nascem alba e gancho
rompendo as veredas para dentro da luz.
eis o trigo sem altar saqueado ou harpa
corrompida pelos golpes terroristas.
a pele pressente e aceita a ânfora do sangue.
2007-05-28
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8 comentários:
Belíssimo poema!!!!!
... sangue que alívia ...
Abraço
MF
o duque disse.
belíssimo.
aqui sim. se rasga o dia.
harpa antiga....
beijo.
Martim.
y.
Nostálgico cenário me é evocado, sucessão de imagens que desvelam uma das épocas mais felizes da minha vida, a infância: currais, vielas, pântanos/ canaviais, vinho e trigo...
"a pele pressente e aceita a ânfora do sangue" e o meu traduz ondas de paixão por um paraíso perdido, mas não irrecuperável...vive no meu ser total...
Bjs. Boa semana.
Também gostei deste sangue...
e digo TRIGO!
e digo Altar.
Belo e profundo altar...
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