
um dia, em Samos, nem ânforas
ou hídrias matam a sede do amor
cílices e lécitos derramam-se
tapete dentro junto às crateras
dos poros cerâmicos da teia
alheando-se do entorno e do vício
dos fungos velhos da cidade
súbito um fio pende a pique
sobre a luz do dia que inunda
o quadro têxtil do tempo lento
que espera dia após dia
pelo regresso do viajante
sentada de mãos distraídas
penélope espera a chegada
de ulisses na próxima centúria.