Sob o influxo de outra grande voz, no caso Dylan Thomas, Daniel Faria, partindo do ocasional dístico do poeta galês («Não entres docilmente na noite serena / Odeia, odeia a luz que começa a morrer.»), deixa-nos um pensamento arrasador, belíssimo e definitivo:
«Eu não entro docilmente na noite serena, mas não odeio a luz que começa a morrer. O ódio tem a força de quem se despedaça. Eu tenho o sofrimento daquilo que se desfaz.» (Daniel Faria, O livro do Joaquim, Vila Nova de Famalicão, quasi edições, 2007, p. 78.)
Faria espalha-se assim pelo Olimpo, plantando em todos um esplendoroso e sofrido natal. Fora do coração, o ódio despedaça-se no vazio. A poesia ensina, ensina sempre. Esta, esta poesia.
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