2015-12-07

A poesia segundo Daniel Faria


A poesia não pode e não deve, porque ela é pestanejamento e univocalidade. Ir no ritmo, ir na história, ir na folia é, afinal, não ser poesia, não ser originalidade radical. Um poeta corta a raiz e constrói. Sub-sobre o tempo o poema abisma-se. Sendo, contempla-se no que foi - sabe a historicidade, não o sendo, antes sendo-se em espanto. Assim diz o iluminante Daniel Faria, em texto datado do Porto, 15 de julho de 1993:

«Pelo que ficou dito se conclui que a poesia é surpresa. Esse é o seu modo de ter profundidade e harmonia.» (Livro do Joaquim, Vila Nova de Famalicão, 2007, p. 72).

Descobrir, ver primeiro, surpreender, eis a essência poética, eis o destino de Daniel Faria...


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