[reconstrução]
reconstruo a
casa desde as mais íntimas fundações
bloco a
bloco subo da escuridão ao breve raio de luz
comigo
arrastando as pedras sobre os músculos tensos.
não cedo à
tentação dos rios nem espero o rigor da chuva
avançando
sempre pelos labirintos abertos pelos dedos
em busca das
últimas telhas que nem de longe vislumbro.
no patamar
da terra neste horizonte de bruma eis o musgo
as fundantes
barras dando os primeiros tetos e paredes
e o
deslumbramento dos ferrolhos nos quartos nascentes.
em caracol
ascendo do centro da terra ao alto elemento
percorrendo
célere espessos corredores de tempo lento
declinando
nos cotovelos nas arestas da inquietude vindo.
na abóbada do
mundo estendo as mãos a última telha nelas.
Sem comentários:
Enviar um comentário