2013-08-07

[FARPINHAS] – ONZE

[FARPINHAS] – ONZE

Não havendo tema, discute-se Pacheco Pereira, igualando-o a Coelho, Portas, Sócrates, Seguro e outros nomes mais inseguros. Sim, não mais do que isso, um vulgar político com iguais vícios e outro cálculo. Ainda que o fosse, o que mais me interessa e admiro na personalidade dele é precisamente o que escapa à parcela estritamente política e menos interessante – a filologia, por exemplo. Não, ripostam, o José Mattoso é que é e muito melhor do que o Eduardo Lourenço, sempre pronto a lançar aquele labéu consuetudinário.
O melhorismo é uma mania nacional. Um amigo meu, que pouco leu de Mattoso, afiança-me a superioridade do historiador. Na vetustez dos 80 anos, o medievista publica há mais de 40 anos e é uma referência ética nacional desde há muito. Premiado e conhecido, dentro e fora de portas, Mattoso é aquilo que é. Como o foram e são António José Saraiva, Óscar Lopes, Manuel Gusmão e Aguiar e Silva, por exemplo.
Infelizmente, Pacheco Pereira é bem melhor do que a maior parte dos políticos ligados aos poderes. Basta olhar para o governo atual (esta verdade carece de confirmação) e para boa parte dos comentadores da nossa praça. Não se querendo olhar, uma das cinco figuras éticas em sugestão é bem melhor companhia. 

Sem comentários: