[FARPINHAS] – ONZE
Não havendo tema, discute-se
Pacheco Pereira, igualando-o a Coelho, Portas, Sócrates, Seguro e outros nomes
mais inseguros. Sim, não mais do que isso, um vulgar político com iguais vícios
e outro cálculo. Ainda que o fosse, o que mais me interessa e admiro na
personalidade dele é precisamente o que escapa à parcela estritamente política
e menos interessante – a filologia, por exemplo. Não, ripostam, o José Mattoso
é que é e muito melhor do que o Eduardo Lourenço, sempre pronto a lançar aquele
labéu consuetudinário.
O melhorismo é uma mania
nacional. Um amigo meu, que pouco leu de Mattoso, afiança-me a superioridade do
historiador. Na vetustez dos 80 anos, o medievista publica há mais de 40 anos e
é uma referência ética nacional desde há muito. Premiado e conhecido, dentro e
fora de portas, Mattoso é aquilo que é. Como o foram e são António José
Saraiva, Óscar Lopes, Manuel Gusmão e Aguiar e Silva, por exemplo.
Infelizmente, Pacheco Pereira é bem melhor do que a
maior parte dos políticos ligados aos poderes. Basta olhar para o governo atual
(esta verdade carece de confirmação) e para boa parte dos comentadores da nossa
praça. Não se querendo olhar, uma das cinco figuras éticas em sugestão é bem
melhor companhia.
Sem comentários:
Enviar um comentário