NESTAS COISAS SÓ
EXISTE UM LADO
De hoje para hoje sonhei com a
límpida crónica de José Vítor Malheiros, “Os professores fizeram greve e o
Governo lançou o caos”, vinda a lume no Público
de 18 de junho. E desse sonho ressuma a certeza de que quem não preserva a
equidade, é insensato, desrespeita os tribunais e as leis, é unilateral, é
iníquo e muito mais não tem condições para exercer funções.
Vamos ao caso prático de Nuno
Crato. Inimigo figadal do “eduquês”, cultor do ensino com dor e adepto do rigor
dos exames, o detentor da pasta da Educação, notável matemático (dizem!), falha
de forma crassa naquilo de que fizera profissão de fé – nunca ninguém se saiu
tão mal quanto este ministro no lançamento de uma jornada de exames nacionais.
Não pode haver sujeitos com sujeição. Ser-se sujeito é
mesmo o oposto disso. E se o que aconteceu tem o nome de Passos Coelho,
restaria a Crato um caminho. Sem grandes cálculos, há demissões que devem fazer
estrada. Não estar ao lado de alguém que por tudo e por nada quer mudar as leis
só glorifica tal saída. E vem-me ao cérebro o explicit da crónica de Malheiros: «Mas Passos Coelho sonha com uma
lei de serviços mínimos que transforme o direito à greve numa anedota. Como se
não tivéssemos já anedotas suficientes.»
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