Em breve, um estoiro dentro dos tímpanos dir-te-á o modo conveniente da literatura. Usurpados, os risos mais brandos são alfinetes, incisões oblíquas na pele, como um relâmpago dentro do mar.

Desafiante, mais de cem anos passados sobre o advento, e sem forçosamente concordar com a asserção de Huysmans que considera Rachilde a única mulher das letras que é, realmente, um escritor, esta ficção fala-nos da fúria dos ventos e das águas marítimas como poucos escritores o fizeram. Neste mar há uma história de amor que continua a ser contada, renovando-se nas imagens utilizadas todo o rito da criação. Fundo um farol fende a noite e as claras águas que o abraçam.
Rachilde (1860-1953) manteve relações de criação com o escritor conservador e monárquico Homem Cristo Filho, escrevendo ambos em parceria dois romances, disso dando notícia, por exemplo, a luminosa Judith Teixeira na sua revista Europa.
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