(fotografia de martim de gouveia e sousa)
2010-07-31
2010-07-30
exaustão
primeiro ruiu a pedra
e só depois os fungos
vieram a pique sobre o abismo
planando na flor da água
e no reflexo do vitral...
assim uma grinalda
na terra exausta...
e só depois os fungos
vieram a pique sobre o abismo
planando na flor da água
e no reflexo do vitral...
assim uma grinalda
na terra exausta...
2010-07-29
2010-07-28
2010-07-27
2010-07-26
2010-07-25
frase do dia
"Com facilidade desculpamos uma criança que tem medo do escuro. A verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."
Platão
[excerto enviado por Pedro Aguiar Pinto]
Etiquetas:
frase do dia / Platão
2010-07-24
2010-07-23
VISTACURTA 2010
VISTACURTA 2010
FILMES PREMIADOS
MELHOR FILME
Abrigo
de Rui Silveira
Documentário
MELHOR FILME SUB21 / PRÉMIO IPJ MOVIJOVEM
Dreams in colour
de Hugo Ferreira
Animação
MELHOR FILME ESCOLAR / PRÉMIO INSTITUTO PIAGET
Nutrimorphosis
Escola Profissional Mariana Seixas
Animação
PRÉMIO DO PÚBLICO / SAPO
765/60 Viseu
de Luís Belo
Animação
VENCEDORES POR CATEGORIA
FICÇÃO
Promessas em Março
de Cristóvão Cunha
DOCUMENTÁRIO
David de Oliveira – uma obra viva
de Eduardo C. Brito
ANIMAÇÃO
765/60 Viseu
de Luís Belo
EXPERIMENTAL
Elementos
de Sérgio Pereira / Arquehoje
A Organização
Projecto Património/EMPÓRIO
Cine Clube de Viseu.
FILMES PREMIADOS
MELHOR FILME
Abrigo
de Rui Silveira
Documentário
MELHOR FILME SUB21 / PRÉMIO IPJ MOVIJOVEM
Dreams in colour
de Hugo Ferreira
Animação
MELHOR FILME ESCOLAR / PRÉMIO INSTITUTO PIAGET
Nutrimorphosis
Escola Profissional Mariana Seixas
Animação
PRÉMIO DO PÚBLICO / SAPO
765/60 Viseu
de Luís Belo
Animação
VENCEDORES POR CATEGORIA
FICÇÃO
Promessas em Março
de Cristóvão Cunha
DOCUMENTÁRIO
David de Oliveira – uma obra viva
de Eduardo C. Brito
ANIMAÇÃO
765/60 Viseu
de Luís Belo
EXPERIMENTAL
Elementos
de Sérgio Pereira / Arquehoje
A Organização
Projecto Património/EMPÓRIO
Cine Clube de Viseu.
Etiquetas:
informações culturais
2010-07-22
mar de livros (quatro): "O sorriso aos pés da escada" de Henry Miller
Inquestionável obra-prima e nem por isso texto dos mais conhecidos de Henry Miller, esta investida pelos territórios do maravilhoso e do poético faz da história um lugar, um alto lugar. Sendo o palhaço um "poeta em acção"(Miller dixit), assim este fulgurante clown de nome Augusto segue atrás do imperecível, espalhando alegria, externizando calor. Com tópicos próximos do modernismo português, e o da figura é já indesmentível, halos vários e próximos de Almada e da presença irradiam por aqui e por ali. Alto mar aqui em fraga alta...
2010-07-21
2010-07-20
2010-07-19
mar de livros (três): "A última escala do Tramp Steamer" de Álvaro Mutis
Anunciando-se desde a capa como uma extraordinária história de amor, aureolada mesmo pelo Prémio Cervantes 2001, o livro do colombiano Mutis supera a expectativa e instala-se logo em alto lugar. Cultural e estimulante, de um fôlego o leitor esquece os ruídos em volta, os passos sinuosos, para se deixar ir arrebatado nesta viagem com um "tramp steamer" de nome Alción.
É de águas profundas esta literatura como o parecem dizer, desde logo, as seleccionadas epígrafes de Neruda e Mallarmé. Dentro, são odores e ventos maiores onde perpassam, entre outros, uns poucos de marinheiros portugueses e interessantes deambulações, entre tantas de desavindos portos, pela cidade de Lisboa, da fulgurante Warda com Jon Iturri, seguindo, afinal, o sonho de todos os homens. Olhando para a ainda nodal A Filosofia da Composição de Poe, bem defensora da tonalidade nostálgica da melhor literatura, como resistir à frase de Álvaro Mutis que procura fixar Lisboa: "O Outono estava prestes a terminar e Lisboa mostrava o seu rosto de opacidade e tristeza, tão de acordo com os fados que os turistas fingem desfrutar nas tabernas." E, como no texto, também eu não resisto aos adoráveis "pratos de peixe frito de qualidade" que se comem nessa Lisboa...
2010-07-18
2010-07-17
mar de livros (dois): "A musa aprende a escrever. Reflexões sobre a oralidade e a literacia da Antiguidade ao presente" de Eric A. Havelock
É de mar que a velha Hélade colhe o canto. Como afinal de musas e memória se fez caminho. Quando se cesurou o tempo e a oralidade se fez literacia? Como tocar ainda a velha linguagem teorética e prática antes da palavra escrita? Que embate entre uma oralidade primígena e uma escritura nascente, irradiante mas não mais do que prevalecente? E o que dizer do sentido alterado e quiçá perdido? O ensaio de Havelock, um dois reputados classicistas do século XX, é um mar de sugestões dentro de um mar vasto, profundo e estimulante. Assim como uma leitura de Verão...
2010-07-16
2010-07-15
Mar de livros (um): "O farol de amor" de Rachilde (1860-1953)
Em breve, um estoiro dentro dos tímpanos dir-te-á o modo conveniente da literatura. Usurpados, os risos mais brandos são alfinetes, incisões oblíquas na pele, como um relâmpago dentro do mar.
E de mar falamos porque o tempo segue estival e existem livros assim, estimulantes e esquecidos. Pouco lida e traduzida em Portugal, Rachilde colheu a glória da sua época e legou-nos algumas criações estranhizantes e actuais. É o caso deste Farol do Amor (O) (La Tour d'Amour), saído em 1987, na Editorial Estampa, dentro da colecção "Livro B", com tradução de Aníbal Fernandes.
"Loucura ardente e vermelha", que assim diz Léon Bloy a literatura de Rachilde, este Farol é uma história de mar e de solidão. Publicado o romance pela primeira vez em 1899, os tempos que passam dizem-no actualíssimo e estimulante, para tal contribuindo a toada necrófila do tio Mathurin, que violava cadáveres que ao farol afluíam por força dos naufrágios e guardava mesmo, com o máximo da ternura, uma cabeça feminina dentro de um frasco que escondia ciosamente em dependência hermética e inacessível.Desafiante, mais de cem anos passados sobre o advento, e sem forçosamente concordar com a asserção de Huysmans que considera Rachilde a única mulher das letras que é, realmente, um escritor, esta ficção fala-nos da fúria dos ventos e das águas marítimas como poucos escritores o fizeram. Neste mar há uma história de amor que continua a ser contada, renovando-se nas imagens utilizadas todo o rito da criação. Fundo um farol fende a noite e as claras águas que o abraçam.
Rachilde (1860-1953) manteve relações de criação com o escritor conservador e monárquico Homem Cristo Filho, escrevendo ambos em parceria dois romances, disso dando notícia, por exemplo, a luminosa Judith Teixeira na sua revista Europa.
2010-07-14
2010-07-13
2010-07-11
José Adelino Maltez – Discurso faccioso e tribal, proferido ontem[19 de Junho], por mim próprio, sem heterónimo,em Viseu
Estive em Viseu, no sábado e no domingo, no Congresso da Causa Real. Confirmei as minhas crenças políticas na metapolítica do poder real e das Cortes, desde menino e moço, como aqui e em todo o lugar tenho proclamado e como aqui e em todo o lado sou conhecido. Ah! No Congresso prestei homenagem a Saramago e fui aplaudido por isso. Aqui vão notas que serviram de base à intervenção…
Claro que, como tradicionalista, sou contra os reaccionários e, como conservador, sou contra os revolucionários e os contra-revolucionários, seus irmãos-inimigos, os que querem uma revolução ao contrário, mesmo que seja o que dizem ser, ou ter sido, uma revolução nacional…
De mal com certa esquerda por ser monárquico e de mal com certa direita por ser liberal, sou, como sempre fui, por amor de el-rei e da pátria, disposto a restaurar a república, para, em cortes, poder reeleger um rei…
De mal com o situacionismo, por ser do contra, também sou contra as oposições que se iludem com a febre das revoluções, porque sou mesmo contra as revoluções que não sejam revoluções evitadas…
Aliás, sou tão tradicionalista que certos membros da ortodoxia ultramontana, a ala dos ditos catolaicos, me diabolizam como herético, panteísta e relativista.
Confesso ser um homem religioso (Régio dixit) e que não faço parte dos ateus estúpidos e das cliques libertinas (ainda sigo Anderson). Isto é, continuo tão tradicionalista que reinvindica uma tradição mais antiga do que a do ano um…a que não tem o privilégio de uma religião revelada pelos povos ditos do Livro.
Liberal à antiga, assumo o vintismo e o cartismo, desembarcaria no Mindelo, defenderia o setembrismo e entraria na patuleia como histórico, embora prefira o Pacto da Granja com os reformistas…
Continuo disposto a militar no partido do Passos, de Sá da Bandeira, de José Estêvão, de Anselmo e Luís Magalhães. Por outras palavras, mantenho orgulhosamente a fidelidade azul e branca, dos liberdadeiros e da liberdade que, sem ser por acaso, também foi a bandeira da Europa e do projecto de Quinto Império do Padre Vieira…
Menino e moço, me assumi como tal, seguindo o exemplo cívico de um Henrique Barrilaro Ruas, de um Rolão Preto, de um João Camossa, que me ensinaram a detestar o despotismo ministerialista da salazarquia. E com tais exemplos, continuámos contra outros despotismos, mesmo os iluminados pela desculpa da ideologia, sempre em nome de pretensos amanhãs que cantam.
Aliás, salazarquia sempre foi aquilo que um dia disse Almada: “foi substituído Portugal pelo nacionalismo que apenas foi uma maneira de acabar com os partidos…”
E com tipos como o Luís Almeida Braga fui bebendo aquela profunda tradição regeneradora que nos deu o consensualismo anti-absolutista, coisa que em inglês se diz pluralismo e guildismo e que é o cimento fundamental das revoluções evitadas daquela revolução atlântica que nos deu o presente demoliberalismo…
E comungando no estoicismo de Herculano, era capaz de voltar a subscrever o Manifesto de Dezembro de 1820, da autoria de D. Francisco, o futuro Cardeal Saraiva, seguidor de Cádiz e Martínez Marina, dessa bela aliança peninsular contra o usurpador, como praticámos na Restauração de 1808…
Procuro retomar as teses expressas no Código de Direito Público de António Ribeiro dos Santos, seguido por Palmela, por Silvestre Pinheiro Ferreira e pelas tentativas constitucionais históricas e cartistas do governo de D. João VI…
Assumo a herança de Francisco Velasco Gouveia e de João Pinto Ribeiro e detesto as tentativas absolutistas de Pascoal e de Penalva. Prefiro as chamadas Alegações de Direito de 1579, em favor Dona Catarina e, naturalmente, prefiro a síntese das Actas das Cortes de Lamego, positivadas pelas Cortes de 1641
Porque na base está a Constituição política das Cortes de Coimbra de 1385, expressas por João das Regras e desenvolvidas pelas teorias da Casa de Aviz, principalmente na Virtuosa Benfeitoria do Infante Dom Pedro, duque de Coimbra
Claro que me entusiasmam os exemplos cívicos de Sá da Bandeira contra os devoristas e os esclavagistas, ou Herculano, pela regeneração e pela descentralização, contra os cabrais. E iria para a Patuleia não deixando morrer em vão Luís da Silva Mousinho de Albuquerque…
Tal como resistiria por D. Manuel II, como Paiva Couceiro, o mesmo que foi um dos primeiros desterrados por Salazar, por denunciar a estúpida política do Acto Colonial, no que se irmanou com Norton de Matos…
Até estaria com Rolão Preto, Almeida Braga e Vieira de Almeida ao lado de Delgado, como estive com Barrilaro, Gonçalo, Camossa e Rolão Preto, em defesa da democracia de Abril…
Mas não esqueceria a armilar mesmo depois da descolonização, como tem feito o duque de Bragança, até por Timor, na senda das perspectivas de um Luís Filipe Reis Tomás…
A fé na bandeira azul e branca, sem recusa da que é hoje o símbolo nacional e daquela armilar que esteve na base simbólica do Reino Unido de 1816, nessa herança de D. João II, da esfera, da espera, da esperança, para que o abraço armilar possa semear futuro…
Daí não poder ser anti-republicano, porque sou, além de republicano, monárquico, querendo como o título de um livro dos finais do século XV, de Diogo Lopes Rebeleo: “De Republica Gubernanda per Regem”…
Importa restaurar a república para que se refaça a comunidade política, esse concelho em ponto grande, como disse o Infante Dom Pedro, onde o príncipe deve aliar-se à comunidade da sua terra, para que a política possa regenerar-se em coisa pública, com bem comum e saudades de futuro…
O caminho da restauração da república pode reforçar-se com a eleição do rei por consenso nacional, nomeadamente como bandeira contra a desertificação do país das realidades contra o país nominal (Herculano dixit), até para podermos voltar ao mar-oceano com os pés na terra, contra o centralismo capitaleiro de Pombal, Fontes, Afonso Costa, Salazar, Soares e Cavaco Silva…
José Adelino Maltez
[http://tempoquepassa.blogspot.com/2010_06_20_archive.html]
José Adelino Maltez
[http://tempoquepassa.blogspot.com/2010_06_20_archive.html]
2010-07-09
Apresentação de "Rota sem fim" de Rogério Seabra Cardoso, em Coimbra
A Editora Areias do Tempo tem o prazer de convidar V. Exª para a apresentação do livro Rota sem fim, de Rogério Seabra Cardoso, no próximo dia 10 de Julho (sábado), pelas 18h, na Livraria Minerva (R. Macau, nº 52, Coimbra).
Esta apresentação está a cargo do Prof. Doutor Manuel Alte da Veiga e conta com a presença do autor.
Muito nos honraria a sua presença.Organização: Areias do Tempo; Minerva Coimbra; Rogério Seabra Cardoso
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