2008-12-22

arábico-andaluz

deita-te comigo neste manto
de açucenas. explodindo já
uma rosa desabrocha lenta
encostando-se-te aos lábios.
o sabor do vinho fértil desce
pelos rios represados. o corpo
abre a faca e esfola-se dentro.
convexa a face é uma gazela
no teu peito no ondulado firme
nasce a aurora e já não vou
por ti fora porque a luz me cega.
do olhar o vinho desce à boca
e aí me enlaço mel sobre o rio.
nos dentes de mármore o dia é
chuva fecunda no verde prado
ferida sangrante na memória.
o vinho rubro navega as veias
e do sangue o azul da história
é uma bandeira contra o flanco.

1 comentário:

Anónimo disse...

o dia é
chuva fecunda no verde prado
ferida sangrante na memória.
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memõria que ao sul nunca se perde.


beijo e votos de um santo natal.


imf