1ª ilustração de Sá Nogueira a O Malhadinhas (1958)
Desimportado com a justiça dos homens que aos génios atribuem honrarias para uso próprio, talvez o dia sirva (servirá?) para ampliar a visibilidade da obra do Mestre da Nave.
Foi Aquilino quem sempre recusou as toadas circunstanciais e laudatórias, ao futuro entregando os seus restos para glória dos poderes. Talvez o escritor, ao procrastinar a volúpia, se estivesse lembrando da admonição anteriana sobre o imerecimento dos políticos. Prontos para o uso (e também abuso), muita colagem houve e diversa ganga mostrou a inaptidão para o arco de sal. No centro da festa, muitas boquinhas balbuciaram pela primeira vez o nome de Aquilino. Ainda bem e nunca é tarde.
A minha opinião sobre o evento é conhecida. Respeito a homenagem sincera, embora ache que o presente lugar não é mais literário ou enobrecedor que o anterior ou outros bem mais perto da idiossincrasia do artista. Monárquico e respeitador das diferentes vontades, lembro que o mistério que cobre o regicídio não está ainda desvendado e contribui mesmo para a estranhização do mundo ficcional do autor.
Foi Carlos Malheiro Dias, um monárquico, quem "lançou" Aquilino. Os amadores das belas-letras sempre estiveram com Aquilino, o poder talvez não, mesmo quando procura domesticar com um trono uma voz indómita.
Na "Nota Preliminar" a O Malhadinhas e Mina de Diamantes, diz Aquilino: "... bem sei que arrepelo a ira e espírito de facção de chauvinistas, zoilos, discípulos de Pangloss, patriotas encartados, e de quantos se nutrem da fressura sagrada dos anhos que o Poder imola em suas aras." Assim a liberdade de Aquilino, longe do ferrolho do Panteão...
Na "Nota Preliminar" a O Malhadinhas e Mina de Diamantes, diz Aquilino: "... bem sei que arrepelo a ira e espírito de facção de chauvinistas, zoilos, discípulos de Pangloss, patriotas encartados, e de quantos se nutrem da fressura sagrada dos anhos que o Poder imola em suas aras." Assim a liberdade de Aquilino, longe do ferrolho do Panteão...
4 comentários:
reconhecida homenagem!
bjs
conheço de há longos anos o filho. que Dele herdou o inconformismo social...e uma certa e doce elegância....coisa que nos falta por agora nos por "aquis"...
Do Aquilino relevo um saber dizer assim como quem respira. pena que já não ande na "escola"...:))))
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beijo.
readmirando a sua (Martim) memória.
y.
boa-noite martim!
apesar de achar fundamental a obra de Aquilino num contexto patriota, e enquanto (também) filho das «terras do demo» (e o malhadinhas existiu - já vi uma fotografia, pertença de familiares ainda vivos, Vila Nova de Paiva) - não fazem favor nenhum, nem lhe dão honra maior pelo panteão. Aquilino está vivo em toda a parte, em todo o portugal. a sua importância deve-se medir em todos e em cada um de nós - na sua memória!
devemos sim dar honras a Aquilino, lendo e relendo-o, tê-lo bem à mão num espaço priveligiado como outros também luminosos, na nossa biblioteca!
aquele abraço
pois...é o procastrinar da volúpia..
Bom fim de semana.
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