[guia de audição]
ouve-me agora neste rasto assim tão fundo
que cruza todo o planeta e os
longes mares
de espuma que transbordam no íntimo peito.
ouve o dia o insólito dos limiares o fogo breve
os leitos correndo contra as angústias do sangue
o súbito declinar dos dias os longos trabalhos.
encosta tudo à limpidez das horas às sombras
calmas das manhãs aos horizontes marinhos
entre tudo e nada fulgurando entre os dedos.
lê o poema e a agudeza: «Dá-me mais vinho,
porque a vida é nada.» Conclui,
conclui então
que, isso sendo, tudo é, porque o nada é tudo.
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