“Canto Pascal” de Rodrigo Emílio
Senhor,
ó meu estranho acompanhante.
Dá-me o Teu lenho, por favor.
É preciso que eu cante,
de dor,
na via-sacra incessante.
É preciso, Senhor! Agora e sempre
e doravante…
Com fervor, a Ti me dou.
Eu próprio carrego a cruz
E vou, Senhor, e vou,
Cego de luz!
Na senda sagrada, que à crença recua,
Teu rumo divino e minha marcha acerto
Por onde passada Tua
É sempre caminho
Aberto!...
Sagra-me Teu companheiro
de itinerário.
Conduz-me lá ao topo do outeiro
onde avulta o madeiro
do Calvário.
Que eu não peço socorro.
Exangue e contrito,
Contigo morro
E Contigo ressuscito!
Rodrigo Emílio, Mote para motim, 1971
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário