uma palavra fende o tecto e do alcatrão das nuvens
a chuva inunda-te o peito o acidulado dos dentes
como se rubra a noite queimasse unhas e dedos
tudo declinando em vasos bizantinos e rasantes
de vísceras frescas abandonadas ao rigor da água
correndo dentro do corpo sem freios ou cansaços
rompendo veias no cérebro disparando relâmpagos
contra a cal e o sangue e uma mesma pele antiga
que te é embrulho e máscara opaca de desalento
como o dizia a velha fábula de hesíodo cantando
os dias quotidianos intensos e iguais como o sol
rodando sobre a cabeça do gado junto aos rios
refrescando o ardor a usura o regresso ao estábulo
como ao chão vêm estas palavras dentro da noite.
[o vaso & as vísceras]
2009-09-08
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1 comentário:
Bom regresso!
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