2008-09-10

Avante, Aquilino

Ilustração de João Abel Manta

Homenagem a Aquilino Ribeiro

Quando o homem
diz a terra e a permite

a confirma
resiste
e entreabre

quando diz a coragem
e a vivo
reafirma o direito à igualdade

Maria Teresa Horta


Poema a Aquilino Ribeiro

Quando tanto se fez
e mais se quer fazer
e a ânsia se desdobra
sem um desfalecimento;

Quando se olha o passado
e se escarnece do tempo,
gloriosas as mãos
que a enxada seguram.

Que lutador indomável
És Tu…, Homem!

Francisco Pratas


Poeta-Poeta

Dedicado à memória de Aquilino Ribeiro
Não há poeta-poeta que cante a violência
Para impor ideais
Nem poeta-poeta que não lute
Até à eternidade
Para que o homem e toda a Humanidade
Avancem mais

As guerras que ele incita
São as guerras do espírito mais altas
A do esclarecimento, do belo, da verdade
Nunca a da força bruta
E nunca a que mascare a liberdade

Não há poeta-poeta que não sofra
Sentindo a noite tapar a claridade…

Quem ama o escuro e canta as alegrias
De viver no cansaço dos milagres
Impondo o céu nas mãos dos que o consomem
Será talvez poeta, semideus, profeta
Mas não poeta-poeta
Pois jamais conseguirá o despertar
Das adesões mais íntimas do homem.

José Conde Barroso


Aquilino aqui hoje

na gruta funda a palavra cresce
e mesmo que tormentosos e sinuosos
os caminhos da leira literária abrem-se
ao demoníaco e ao sagrado em batalha sem fim
e se pelos bosques andam faunos é porque uma estrada
rompe na aldeia e nos braços ágeis dos lavradores
que como servos acreditam numa luz ao longe
que ofusca o arcanjo negro e o derruba
porque a geografia das veias é sentimental
e a humildade do sangue é uma gloriosa casa
que dos baús encoirados rompe
para que todo o homem saiba não haver distância
nem bloco lítico inexpugnável…

longe já perto o aço da bigorna e um claro uivo…

Martim de Gouveia e Sousa

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1908: “As Feiras”
“As sete colinas dormem a sono solto, enquanto lá em baixo, na cacimba marítima, a página de miséria cascalha, surge sempre, como um murmuroso regato de mágoas escarnecidas.”

1909: “Artistas Portugueses em Paris”
“Na grande arte encontra-se quanto à época um sopro revolucionário que lhe deu actualidade e uma alma eterna que fala à nossa alma.”

2 comentários:

Anónimo disse...

Avante? Pronto, está bem...

Ai meu Deus disse...

tá-tá-rê-lá-tá-tá....