ao lado as colunas do templo
trazem o calor e a dimensão
da petinga é indesmentível já…
dos pratos são migas senhores
que ao palato sobem e do avental
flamante um fio de vinho corre…
clita e gomo de contentes falam
e capitulares palavras reclamam
contra a alegria do compasso…
um esquadro mação mede o dito
e recolhe dando recebendo logo
veneráveis breves olhos vigilantes…
um malhete é recompensa riso
alongado ao nível do encontro
como declinado dente partido…
em frente o bloco de esquerda
contempla a lamúria e anuncia
aos passantes a nova sociedade…
quente então o azeite referve
sobre a mesa e amacia a pele
nos interstícios porosos do dia…
menos reclamação por último
que o relógio não quer parar
e a obrigação está cumprida…
súbito clítica e clamante voz
despede das ameias pelo ar
eco na tarde de filme francês…
rútilos os olhos iluminam-nos
como rubor inundando a pele
do rosto apressado na calçada…
os camaradas passam sempre
de punho erguido correctos
à mesa dando claro sentido…
breve também o manel brilha
pela tarde chegando o riso
e a conversa logo pacificada…
uma ave corta os céu as folhas
acordando o descanso do tempo
com fruta doce banhada em rum…
e agora menos que há pouco a voz
rompe do solo de dentro das árvores
como se no el bulli um yoichi nos dedos…
2008-05-04
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5 comentários:
enorme o prazer do reencontro. com as suas palavras Martim.
beijo.
saudoso.
pôxa, caráspitas! quem tão bem verseja sobre tão pouco bem quemer o menos que merece é o Éden. Talvez lá, quem sabe, tudo seja mais miga quando desejado e petinga se anunciado.
Parabéns pelo poder criativo de tan rico imaginario, hombre!
Como lhe disse já tinha saudades... e este deixa o travo da ironia e de um olhar perspicaz e atento que o poeta devora. Sorri e intúí.
:)) boa semana Martim!
Grande colmeia...
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