É isto, é até a vontade de ter escrito isto:
«Por mim (para falar de mim) se às vezes adoeço com este mal de cansaço, que é um dos tédios da vida contemporânea, basta que abra o livro de Caeiro, e recupero a fé no meu corpo, e a quietude da decisão antes de agir. Tudo se me torna um ar das montanhas, e a visão salubre de extensão ao sol. Na pressa, no ruído, e na turbação da vida de hoje, apraz abrir este livro e encontrar, outra vez a face amiga da natureza primeva, os campos como são quando só os gozamos sem pensar neles e as flores como parecem quando a alegria mal as contempla. [Lisboa, Assírio & Alvim, 2013, pp. 108-109.]