NADA: SOBRE OS NOVOS
ESTRANGEIRADOS
Nada resta do que fomos. Passos
Coelho pode repetir que o governo não está para cair. Já caiu, todos o sabem. A
tautologia é evidente: quem, afinal, pode cair sobre o que há muito jaz? Coelho
não entende, até porque o seu mentor Relvas poderá saber muito de politiquice
mas nada sabe do país, dos anseios das populações e do que realmente importa.
Há mesmo duas cartas diretas de um grande estrangeirado (Eugénio Lisboa) ao
primeiro-ministro que, não fossemos este país dissoluto, fariam corar de
vergonha qualquer mortal.
Passos Coelho é imortal. Depois de
matar o povo, foi cantar com a Nini e riu alarvemente sobre o sofrimento das
pessoas; deu carta deletéria a Gaspar para a todos dizimar. Imortal, acha-se
assim.
Eu amo os meus estrangeirados – o
Infante Santo, Vasco da Gama, Luís de Camões, Duarte Pacheco Pereira, os
célebres irmãos Gouveia, o Cavaleiro de Oliveira, Alexandre Herculano, Almeida
Garrett, Carlos Malheiro Dias, Aquilino Ribeiro, Adolfo Casais Monteiro, Jorge
de Sena, Júlio Resende, Eugénio Lisboa, António Franco Alexandre, Luís Miguel
Nava, Rui Costa e tantos outros.
Há diásporas que denego. Aquelas
que são nada. Sem causas e sem lutas, obrigam os poderes à fuga dos mais
jovens. Sem nada de substantivo, os poderes escondem-se num país que já
venderam ou refugiam-se noutro, sabedores dos maus ofícios prestados. De quem
falo? É só olhar em volta. Eles mexem-se: fogem, entram, saem, vão à Roménia,
fecham o Palácio de Belém… Matam e evaporam-se como vulgares assassinos. Sendo
nada, ao nada voltarão. Urge.
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